SANTA RITA DE SAMPA.

Sempre fui admirador da Rita Lee. Por tudo o que representou na música brasileira. Especialmente pelas suas letras. E que letras!
Por isso, vivia tentando aprovar campanhas com ela como garota-propaganda.
A primeira vez que tentei, quase deu resultado.
Era para um grande lançamento imobiliário, um novo bairro em São Paulo.
Agendei uma reunião com ela em seu apartamento no Morumbi.
Expliquei a campanha, ela adorou a idéia. E disse que nos retornaria para falar sobre cachê.
Terminada a reunião ela disse que tinha um compromisso em Higienópolis e em seguida disse que ia ligar para um taxi levá-la em lá.
Eu lhe disse disse, puxa que coincidência, a agência Publicis fica colada em Higienópolis, na Vila Buarque.
Aí ela  disse: “Ah… então eu poderia pegar uma carona com você?”
Claro, respondi.
Durante o trajeto eu disse a ela que estava pensando em vender meu carro, mas que não iria vender mais.
Ela não entendeu.
Aí eu lhe disse: “Como vou vender um carro em que tive o prazer de ver a Rita Lee sentada nele?”
Ela sorriu e disse: “Pode dizer que minha bunda já esteve aqui que eu comprovo”.
Risos gerais.
Uma semana depois ela forneceu os valores do cachê mas a construtora achou alto demais.
Snif… snifff. snif…
E pensei: “Cazzo, um dia ainda vou fazer um comercial com ela.”
E tentei novamente, num comercial em que ela estaria cantando a música A Balada do Louco.
Ela não topou aparecer como atriz, mas liberou a música como trilha sonora.
E assim foi.
Enviei o filme para ela aprovar.
Ela viu, aprovou e me mandou um e-mail, com o seguinte texto:
“Adorei o filme, Wanderley. Bem diferente do que se faz no mercado imobiliário. Parabéns. Estou até pensando em pegar uma nova carona com você.”
Essa era a Santa Rita de Sampa.
(Veja o filme anexo)

Wanderley Dóro

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