Quando o compromisso com a narrativa é maior que o compromisso com a verdade temos uma sociedade com sérios problemas de valores. Repare que não existe a “sua verdade” e a “minha verdade”, a verdade é única, é uma só. O que podemos ter é minha convicção, minha crença, mas nunca a minha verdade! Nietzsche dizia “As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras.”.
Portanto tratar uma convicção, uma narrativa ou uma opinião como verdade é um erro inadmissível, pois como diria Socrates “As opiniões não são verdades, pois não resistem ao diálogo crítico.”
O que vemos hoje em dia é um compromisso das pessoas, das grandes mídias e dos formadores de opinião com uma narrativa, com a sua própria opinião e não com os fatos. A essência da mídia de levar informação, em grande parte se perdeu, o que temos hoje é sempre uma versão dos fatos, uma narrativa construída de acordo com interesses que nem sempre são republicanos ou que visam diretamente o bem comum.
Isso sempre existiu, não seria eu inocente de achar que há informações com cem por cento de isenção, afinal por trás de um texto há um ser humano com suas convicções e valores, mas o que vemos hoje em dia beira a excrecência total, não há mais o mínimo compromisso com a informação, apenas com a narrativa.
A prostituição intelectual é sem duvidas um dos maiores crimes que se pode cometer contra uma população ou uma sociedade, afinal, um formador de opinião que por convicção pessoal ou conveniência tenta passar uma narrativa como verdade está em benefício próprio prejudicando toda uma sociedade.
Usando do seu poder de persuasão, ou de penetração no caso das grandes mídias essas pessoas e canais se tornam nada mais que sofistas, que usam seu poder de retórica e argumentação para ganhar dinheiro.
Uma mentira ou uma narrativa repetida a exaustão pode ser tida como verdade e para não cairmos nesse erro devemos sempre desconfiar de tudo o que nos é entregue. Aristóteles afirmava que a duvida é o principio da sabedoria, e anote, acreditar em tudo que lhe é dito sem questionar ou pensar o principio da imbecilidade. Se você não duvidar, saiba que provavelmente estarão usando sua boa fé para lhe enfiar goela abaixo uma narrativa que interessa não a você, mas a grupos e pessoas que talvez não te representem de verdade e pouco se importem realmente com você e sua família.
Napoleão tem uma frase incrível em que diz que a História é uma coleção de mentiras sobre a qual se chegou a um acordo. E isso é também uma verdade, afinal o que fica valendo nos livros de história é sempre a versão do vencedor. Se o vencedor de uma guerra fosse outro sem duvidas todos os conceitos e fatos narrados teriam um outro viés.
Tenho pena das prostitutas intelectuais que seguram uma caneta ou um microfone. Um mal jornalista, repórter ou formador de opinião é mais letal que um médico ruim com um bisturi na mão, pois é capaz de matar não apenas um, mas toda uma geração de pessoas.
Seria lindo se ao invés de serem sofistas, nossos meios de comunicação tivessem o mínimo de compromisso não com a narrativa, mas com a verdade. Podem até dar sua opinião, mas não mascarar ela de verdade absoluta.
Gorge Orwell, jornalista e escritor, autor de livros como 1984, e a revolução dos bichos , dizia :” A massa mantém a marca, a marca mantém a mídia e a mídia controla a massa.” E nesse circulo vicioso, você amigo leitor, mantem os que te fazem de escravo de narrativas e crenças que não são suas, mas vendidas a você como se fossem.
E aos amigos formadores de opinião, jornalistas e donos de mídias deixo aqui meu apelo, sejam prostitutas se quiserem, mas com seus corpos, não com suas canetas e microfones, pois pior que vender o próprio corpo é vender sua dignidade e sua consciência por míseros metais ou interesses pessoais.
No fundo tenho pena das prostitutas de pena e mais ainda pena dos que os tem como fonte de informação.