Morei no Rio por 7 anos. Uma cidade realmente maravilhosa, um povo dourado, alegre, numa cidade que já foi a capital do Brasil.
Foi um tempo bom, quando meus filhos ainda eram apenas crianças.
Foi também, um tempo em que fui muito feliz profissionalmente, como publicitário.
Foi um tempo de prêmios, viagens e reconhecimento, muito reconhecimento.
Fiz zilhões de amigos, com os quais convivo até hoje.
Eu costumava dizer que, nos sete anos em que morei lá, todo dia eu não estava morando, mas sim passeando.
Sinto falta, muita falta disso.
O Rio é imbatível.
Mas o Rio tem um lado abominável.
A malandragem não é ficção, é diária. No trabalho, nas ruas, nas instituições.
Basta dizer que o Rio livrou o político Sérgio Cabral de 414 anos de cadeia.
Pior, ouvindo rádio hoje de manhã, 22 de outubro, acordei com uma notícia que estragou o café-da-manhã.
A Justiça do Rio absolveu todos os réus do caso do incêndio no Ninho do Urubu, onde morreram 10 adolescentes atletas do Flamengo em 2019.
A decisão saiu na terça-feira (21) na 36ª Vara Criminal da Comarca da Capital e é assinada pelo juiz Tiago Fernandes de Barros.
Os jovens dormiam dentro de um contêiner, uma instalação provisória, quando o fogo começou.
A suspeita é que o incêndio tenha começado após um curto-circuito em um ar-condicionado, que ficava ligado 24 horas por dia no local.
O fogo se alastrou devido ao material do contêiner, segundo a investigação.
Na época do incêndio, o Ninho do Urubu não tinha alvará de funcionamento, segundo a prefeitura do Rio.
O Rio é assim.
Maravilhoso!
E safado!