Não sei quanto a você, mas a impressão que se tem de 2024 é que, no máximo e com muita boa vontade, foi um ano estagnado em relação a uma série de coisas. Pouquíssimas criações, inovações com muito discurso e pouca ação com resultados positivos. E isso muito se deve a duas coisas que também farão a diferença em 2025: política e economia. O mundo agiu assim e no Brasil não é nada diferente, pelo menos é o que foi mais noticiado como preponderante no presente ano.
Assistimos aos continuados e intermináveis inquéritos e processos que tratam do denominado e muitíssimo “marketizado” “golpe” que parece ferir o disposto no art. 5°, inciso LXXVIII da Constituição Federal: “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”. Também tivemos em abundância os discursos ideológicos, esses aos montes. Da mesma forma que as emendas parlamentares – antes demonizadas e hoje santificadas – onde bilhões foram e serão distribuídas sempre que as votações no Congresso envolverem temas estratégicos para o Governo Federal e, por fim, as eleições municipais no Brasil que não fizeram muita diferença no perfil dos representantes da população que clama por mudança, mas nos momentos que tem a oportunidade para aplicá-la, em sua maioria, vota nos mesmos e ainda diz: “viva a democracia!”.
O brasileiro não soube e continuará sem saber o que é – porque não tem interesse e não lê – um Estado Democrático de Direito, mas repete isso como se fosse doutor no tema e ainda diz votar certo porque escolhe sempre quem defende os pobres. Da mesma forma que o aborto foi e será defendido por ricos – homens e mulheres – por conta da defesa da mulher favelada que tem muitos filhos e não pode optar em tê-los ou não, afinal de contas, a mulher tem o direito do “meu corpo, minhas regras”. Entretanto, eles ficariam surpresos em saber que a mulher pobre e favelada não deseja abortar!
Em 2024 a diferença entre a prática de um crime de alta gravidade (tráfico de entorpecentes, art. 5°, inciso XLIII da CF) e a recreação é de 40g! Isso mesmo! Até 40g de maconha seu portador pode ser considerado como um usuário, portador por mero entretenimento. Mas, a pergunta é: onde e de quem tais usuários adquirirão a “djamba” se a venda e a distribuição são proibidas? Isso vai reduzir a violência no Brasil? Acho que os fabricantes de balanças de precisão, bem como as “quitandinhas” do ramo vão faturar ($$) bastante em 2025.
Já na política, as prefeituras e câmaras municipais mudaram bem pouco por conta das eleições deste ano! Ou predominaram as reeleições de um grupo que nunca muda, somente para pior, ou como foi a do “diversas vezes” prefeito do Rio de Janeiro que teve seu mandato estendido mais uma vez por 4 anos. E ainda cantarolam: “O Rio de Janeiro continua lindo!”. Bonito, ele é. Porém, …!
Mas, o que fica para 2025 é, de fato, a tal “alta do dólar”! Por incrível que pareça, todo mundo, atualmente, entende da variação da moedinha americana que pode causar um estrago terrível na economia de um país inteiro. No nosso caso, o dólar vem aumentado numa curva constante e progressiva. Fato que até o mais “simplão”, ao ouvir isso, sabe que as quatro sacolinhas que costumeiramente compra nos supermercados e nas feiras vão aumentar. Isso sem falar no preço dos combustíveis. Resumindo: inflação à vista!
2025 vai ser um ano que vai sair caro ao brasileiro. Tanto na economia quanto na colheita por razão das escolhas que fez em 2024 e nos anos anteriores. Resumindo, o brasileiro ainda não aprendeu a escolher. E digo, escolher em quase tudo. Nossas escolhas estão cobrando alto através dos resultados que consequentemente são inevitáveis!
Os ídolos atuais são de araque e muita coisa do que falam ou fazem sempre têm um viés particular ideológico ou econômico ($$). Nossos representantes retratam nossa educação, anseios, caráter, preparo, etc., ainda que de uma forma geral e que sejam respeitadas suas exceções. Nossa educação vai de mau a pior por conta de uma série de fatores. Ministram tudo, menos aquilo que mais interessa: passar conhecimento e formar um cidadão melhor.
Em suma, 2025 não será diferente de uma colheita correspondente do que se fez e se plantou em 2024. Será, sem dúvidas, um ano de muitas lições. Resta saber se o brasileiro estará disposto a aprender e pôr em prática.
Que o Senhor nos ajude em 2025 e certamente nos ajudará como fez nos anos anteriores! Isto porque não sei se a abóbora vai dar pra todo mundo, pois, tenho pra mim, que pelo jeito e por óbvias razões vai faltar quem compre a cervejinha e a picanha.
O nome do filme de 2025 é: “Apertem os cintos, não há piloto!”
É isso!
Marcos Túlio, Advogado e Professor de Direito