O mundo das letras e da cultura perdeu um dos seus mais ilustres representantes.
Perdemos o escritor e Prêmio Nobel de Literatura. O peruano Mário Vargas Llosa.
Desnecessário dizer sobre a importância dele sobre a literatura.
E para homenageá-lo, destaco este que é um dos seus livros mais importantes, A GUERRA DO FIM DO MUNDO.
Um épico latino-americano em que ele reconta a Guerra de Canudos – conflito que está entre os mais dramáticos da história do Brasil -, com toda a genialidade que o consagrou como um dos grandes autores de língua espanhola da atualidade.
A pesquisa para o livro demandou um esforço concentrado.
Impressionado com a leitura de Os Sertões, de Euclides da Cunha, Vargas Llosa se embrenhou em arquivos históricos no Rio de Janeiro e em Salvador, viajou pelo sertão da Bahia e de Sergipe e criou uma obra que, hoje, é reconhecida como o seu tour de force.
“Peregrinei por todas as vilas onde, segundo a lenda, o Conselheiro pregou”, escreve ele, “e nelas ouvi os moradores discutindo ardorosamente sobre Canudos, como se os canhões ainda trovejassem no reduto rebelde e o Apocalipse pudesse acontecer a qualquer momento naqueles desertos salpicados de árvores sem folhas, cheias de espinhos”.
Em “A guerra do fim do mundo”, o autor dá uma nova dimensão à figura de Antônio Conselheiro, esse homem de túnica roxa e olhos que “flamejavam com um fogo perpétuo”, capaz de levar uma multidão de fiéis até os limites da loucura e, finalmente, à morte.
Vá em paz, Mário.
Seu legado é para sempre.