Houve um tempo em que a Seleção Brasileira era amada por 10 entre 10 torcedores brasileiros.
Além disso, a gente tratava nossa Seleção Canarinho como se fosse o nosso time.
Lembro de ter grandes recordações nas Copas de 58, 62, 70, 94 e 2002.
Mas, de todas essas Seleções, a que mais me encantou foi a de 82, quando Telê Santana era o nosso treinador.
Apesar de ter encantado, a Seleção daquele ano capotou contra a Itália.
Me lembro que, nesse dia, meu pai tinha preparado um churrasco para comemorarmos a vitória.
Mas o Paolo Rossi, da Itália, não deixou e a nossa Seleção foi desclassificada.
A cena que me ficou memória foi meu pai apagando o fogo da churrasqueira com um canecão.
De lá pra cá, o amor pelo meu time foi superando o amor pela Seleção.
E os motivos para isso são muitos.
Porque os melhores jogadores brasileiros vão cedo pra Europa e já não vemos a Amarelinha como mesmo amor.
Além disso, juntam-se as patacoadas e os trambiques da CBF, que afastam as esperanças de vermos uma Seleção genuinamente brasileira.
Hoje tenho a impressão de que os brasileiros adoram mais seus times do que a Seleção. E isso acontece no mundo inteiro.
A FIFA percebeu isso e criou a Copa do Mundo de Clubes, reunindo os principais times de todas as regiões do planeta. A primeira edição está acontecendo nos Estados Unidos.
Não sei não, mas tenho a impressão de que essa Copa de Clubes vai dar de 10 a 0 na Copa do Mundo de Seleções.