Participei 15 vezes do Festival de Cannes de Publicidade.
Um festival, diga-se, que congrega profissionais da publicidade do mundo inteiro.
Além de assistir aos melhores filmes e anúncios do mundo inteiro, e assistir palestras interessantes, os profissionais presentes aos Festival trocam idéias e trocam suas experiências pessoais.
Uma das dessas experiências que mais me marcou em Cannes foi numa rodinha de profissionais de vários países.
Entre goles de champanhe, falávamos sobre seus respectivos países.
Num determinado momento, uma Diretora de Arte da JWT de Nova York fez uma pergunta a nós, brasileiros.
Ela perguntou: “É verdade que no Brasil cobras e índios ficam andando pelas ruas, se misturando com as pessoas?”.
Por um momento se fez silêncio na rodinha de publicitários, principalmente dos publicitários brasileiros.
Contei até dez e tomei a palavra.
Aí eu disse para a Diretora de Arte americana:
“Para os ignorantes que acham que Buenos Aires é a capital do Brasil, talvez isso seja verdade. A diferença entre os índios brasileiros e os índicos americanos, é que os nossos índios vivem felizes nas suas casas. Já os índios americanos foram dizimados pelo seu Exército, não é mesmo?”
Silêncio sepulcral na rodinha de publicitários. E a Diretora de Arte com cara de tacho!!!
Em seguida todos deixaram ela falando sozinha.
E por que lembrei desse fato?
Porque os americanos cagam para o mundo, acham que o mundo é regido pelo umbigo deles.
Ainda hoje é assim. Muito antes do Trump.
O que aconteceu com o Milton Nascimento no Grammy dessa semana, deixando escanteado um dos maiores músicos da história da música em todo o planeta, estarreceu e emputeceu a nós brasileiros.
E que, pasmem, Milton foi defendido pela cantora americana Speranza Spalding.
Isso é mais uma prova de que no fundo no fundo, os americanos cagam pro resto do mundo.
Esquecem que são bregas, como brega é o Grammy e o Oscar.
Premiam bobagens mas se acham superiores, os picas da galáxia.
Pra cima de moi não, violão!