As primeiras formas de comunicação aconteceram por meio de sinais, gestos e sons.

A escrita surgiu a partir dos primeiros registros de desenhos (pinturas rupestres) em cavernas, datados de 15.000 a.C., na África. Outros registros de escrita foram encontrados em outras partes do mundo, como os hieroglifos, no Egito.

Os homens das cavernas, com seu cérebro rudimentar, deviam se comunicar através de gestos, posturas, gritos e grunhidos, assim como os demais animais não dotados da capacidade de expressão mais refinada.

Ou seja, de uma maneira ou de outra, as redes sociais sempre existiram.

Inclusive saiam das trincheiras de soldados para as trincheiras de soldados inimigos.

De países em guerra que queriam espalhar notícias ou fake news ao seu bel prazer, na era do Código Morse.

Eram coqueluche entre as famosas comadres-de-beira-de-cerca que bisbilhotavam entre si para ver quem espalhava mais fofocas.

E como fofocavam! Ai da moça que ficava falada numa fofoca dessas comadres.

Dentro das empresas, entre as pessoas que queriam (e querem) puxar o tapete de outras pessoas.

Sim, elas sempre existiram.

Mas nada se compara com o que se vê hoje nas redes sociais. Saíram do boca-a-boca para o bate-boca.

Pior, as pessoas perderam a noção do que é conversar direito, com educação.

O ódio se espalhou como uma pandemia, uma cicatriz longe de ser curada.

E o segredo para se xingarem entre si é que tudo é feito à distância.

Um de frente para o outro, jamais.

O cara lhe chama de filhodaputa numa boa, porque sabe que o outro lado é virtual.

Fica machão e ofende até a árvore genealógica da sua família, porque não está frente a frente com o interlocutor.

Te ameaça de morte achando que é um Sansão, mas não sabe que de repente pode ter um Hércules na outra ponta.

Marcam encontro entre torcidas de futebol para se matarem na rodovia. E se matam mesmo!

Os diálogos são agressivos e quando chegam do outra lado da linha vêm deturpados, enviesados.

O dia a dia é assim.

Mas se intensificaram – e muito – na época das eleições.

Amigos e familiares discutem, se ofendem, se agridem pelo WhatsApp, Facebook. Instagram, Tik Tok e outros bichos. Alguns, se agridem fisicamente até dentro de casa.

Eu sempre digo que a tecnologia veio para ajudar a humanidade. A Internet, idem.

Mas as redes sociais vieram, com o perdão da palavra, para foder com as nossas vidas.