PIPOCA NO CINEMA É UM SACO.

Nos anos 60 comecei a gostar de cinema frequentando os filmes de sábado à noite e as matinês de domingo no Cine Rio Branco de Ibitinga.

Nas matinês, por dois motivos: para assistir os filmes, claro, mas também para trocar gibis na porta do cinema.

Isso era comum entre a criançada. Todos os domingos lá estávamos nós trocando gibis que já havíamos lido, por outros que ainda não havíamos lido.

Dezenas de meninos e meninas faziam a mesma coisa. Era um fuzuê na porta do cinema.

Num belo domingo, começou um arranca-rabo perto de onde eu estava. Dois garotos começaram a brigar porque um achou que o outro roubou o gibi de um. Aí, o tempo fechou.

Foi um tal de Tio Patinhas sair voando para um lado, o Tarzan para o outro.

O Super Homem e a Mulher Maravilha desistiram de intervir.

Os Sobrinhos do Capitão tentaram apaziguar mas foram jogados na porta do Bar Marabá, ao lado do cinema.

Minnie e Luluzinha deram gritinhos para acalmar a molecada.

De nada adiantou. A briga continuava.

A coisa só sossegou quando o Zorro chegou em seu cavalo branco Silver e colocou ordem na casa.

No fim, acabou tudo bem.

Faço um paralelo dessas lembranças para dizer sobre minha paixão pelo cinema.

O quanto ele me influenciou, o quanto ele foi e é importante para mim.

Tanto, que hoje administro um grupo sobre cinema no Facebook e no Youtube.

O nome do grupo? PIPOCA NO CINEMA É UM SACO.

Por que esse nome?

Porque a coisa que mais abomino é ouvir gente mascando pipoca nas salas de cinema. Irrita muito.

Então, quando tive a intenção de criar um grupo para falar sobre cinema com os amigos, pensei num nome que fugisse dos nomes tradicionais de grupos de cinema.

No início, pensei em convidar poucos amigos. No máximo 50 amigos.

Mas, com o passar do tempo, os amigos dos amigos dos amigos e dos amigos começaram a chegar.

Hoje o PIPOCA tem quase 15.000 pessoas falando sobre cinema. Discutindo, sugerindo, comentando.

E isso me dá um orgulho imenso. Porque a minha paixão sobre cinema é colocada à prova todos os dias.

Como diriam o projecionista Alfredo e o garoto Totó no filme Cinema Paradiso: “O cazzo en culo que vou deixar de ver filmes…”

Onde quer que esteja acontecendo um filme, os nossos olhos brilharão como os olhinhos de Totó brilhavam quando via um cartaz. Ou quando viu a série de beijos mais linda do cinema.

Rindo, chorando, se emocionando juntos. O cinema estará presente nas nossas vidas.

E sabem por que?

Porque seremos Totó e Alfredo para sempre!

 

Wanderley Dóro

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