DE SÃO FRANCISCO PARA SÃO FRANCISCO COM A BRUNA.

Há décadas a comunicação do mercado imobiliário vive de mesmices, repetições, sem criatividade. Em outras palavras: chatinha. Ainda hoje é assim. Os executivos deste mercado geralmente são engenheiros, arquitetos que se preocupam apenas com números e não com idéias. Invariavelmente barram anúncios e campanhas que “fogem do tom”.

 

Fugir do tom, para eles, são campanhas com brincadeirinhas, piadinhas, gracinhas.

 

Não fugir do tom, para eles, são campanhas insossas, quadradas, obsoletas, repetitivas.

 

Ou seja, chatas pra dedéo!

 

Na Publicis a gente sempre se preocupou em ser diferente.

 

Mas, para ser diferente, era preciso altas doses de ousadia e muito atrevimento. Peitar o cliente, peitar a construtora, peitar a imobiliária.

 

E eu, como turrão inveterado, sempre luto para que o cliente se convença que as campanhas podem se destacar mais quando saem da caixinha.

 

Um exemplo disso foi o filme criei para um lançamento da Gafisa chamado Colina de São Francisco, em São Paulo.

 

O empreendimento foi inspirado nos condomínios da Califórnia, especialmente em Los Angeles e São Francisco.

 

À época, lembrei que a Bruna Lombardi morava na Califórnia e que, em São Franscisco, havia uma rua famosa que tinha tudo a ver com ela.

 

Então, criei um roteiro mostrando a Bruna fazendo uma viagem hipotética.

 

Num clima de total nonsense ela pedala de bicicleta desde São Francisco/Califórnia até chegar no Colina de São Francisco/São Paulo.

 

Não era um roteiro comum. Pelo contrário, fazia a imaginação do telespectador literalmente viajar.

 

Quando eu contei o roteiro na reunião de apresentação da campanha, o marketing da Gafisa e o da Lopes Imobiliária me olharam de esgueio. Todos com caras de que quem achou a campanha um absurdo total.

 

Inclusive o presidente da Lopes saiu no meio da reunião, deixando todo mundo de saia justa.

 

Ele saiu com cara de total desaprovação, resmungando que aquilo era um absurdo, que não tinha nada a ver. E que, pior, teriam de pagar os tubos no cachê da Bruna.

 

Na hora pensei, já era! Não vão aprovar!

 

Mas a reunião continuou, agora somente com os executivos da Gafisa.

 

Bati o pé, subi na mesa, dancei em cima da mesa e mostrei que o tamanho do empreendimento pedia uma campanha diferenciada, grandiosa.

 

Aí, surpresaaaaaa, a Gafisa bateu o martelo e aprovamos a campanha com o filme da Bruna!!!!!!!

 

O segundo grande desafio agora era… contratar a Bruna! E por um cachê que não assombrasse nem a Gafisa e nem a Lopes.

 

Eu liguei para a Bruna, contei o roteiro, ela riu e topou a parada. E o seu cachê não foi nada exagerado como o pessoal da Lopes previa.

 

Contratamos a produtora de filmes de comerciais Zohar e fomos para São Francisco produzir o filme. As filmagens nos States duraram uma semana.

 

Na sequência, voltamos para fazer as filmagens em São Paulo. E o filme foi produzido.

 

Esta foto foi tirada em frente numa das vias de trânsito mais famosas da cidade de São Francisco. Uma das sequências do comercial foi feita neste local, com a Bruna descendo e pedalando nessa sinuosa rua.

 

E sabem qual era o nome dessa icônica rua que eu citei lá em cima no texto?

 

Lombard Street !!!!!

 

A campanha foi para o ar e bateu recorde de vendas.

 

O pessoal da Gafisa comemorou e o pessoal da Lopes mais ainda.

 

É o que eu sempre digo:

 

na vida, quando tem que ser, tem que ser.

 

E foi!!!!!!

 

 

Wanderley Dóro

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