Como já avisa o título, este texto não é para almas frágeis. Ele cutuca o ego, incomoda e, sem dúvida, provoca surtos. Quem não tiver estômago que pare por aqui. Mas, se alguém tiver coragem, que continue — e tente chegar até o final antes de sair correndo para comentar qualquer coisa.
Esta autora resolveu escrever algo diferente: um texto para sacudir cabeças distraídas. Vai falar de polêmicas, de assuntos indigestos e de verdades jogadas no ventilador — porque alguém precisa apertar esse botão.
Religião e política não se misturam
Sem rodeios: religião e política. Dois universos que deveriam se repelir como água e óleo, mas que, no Brasil, viraram milk-shake batido com chantilly de hipocrisia. Independentemente da fé ou do partido, a história já mostrou que muita gente mistura os dois para se dar bem às custas dos outros. E, claro, sempre explorando os mais vulneráveis — aqueles quebrados financeiramente, doentes, sem emprego, mas cheios de esperança em promessas messiânicas. O famoso conto do vigário 2.0.
As pessoas não sabem lidar com quem pensa diferente
A verdade é dura: ninguém mais sabe conversar com quem pensa diferente. Houve um tempo em que a maior treta era discutir se o pênalti foi ou não. Hoje, qualquer mesa de bar virou campo de guerra ideológica. Famílias brigam, amizades evaporam, casais se separam. E tudo porque cada um acredita que sua versão da verdade é absoluta. Na prática, todo mundo virou fiscal de opinião: ou você é “gado”, ou “alienado”, ou “lacrador”, ou “comunista”.
E o pior? Virou um tédio. Qualquer assunto — absolutamente qualquer um — termina em política. Se alguém fala de churrasco, outro já emenda em “governo”. Se o papo é férias, alguém lembra dos “impostos”. Até a piada do tio do pavê agora pode render um debate sobre polarização. Parabéns: o brasileiro conseguiu transformar até a conversa de boteco em sessão extraordinária do Congresso.
Ninguém sabe de tudo (nem perto disso)
Com um celular na mão, todo mundo virou especialista em economia, em relações internacionais, em saúde pública e, claro, em dar sentenças definitivas sobre qualquer tema. O detalhe? Ninguém sabe de nada, mas fala como se tivesse pós-doutorado. Esquecem o óbvio: aprender com o outro é possível (e até saudável). Mas não — melhor ficar no conforto da bolha digital, onde todos concordam entre si e alimentam a ilusão de genialidade.
Conclusão (para quem sobreviveu até aqui)
Se alguém chegou até aqui sem surtar, parabéns. O conselho é simples: viva mais, curta a família, aproveite as pequenas coisas. Não se rebaixe a ser o justiceiro político em tempo integral, o militante de WhatsApp ou o coach de opinião alheia. A política sempre será polêmica neste país, mas não precisa ser o prego no caixão da vida social.
Em nenhum momento esta autora citou “lado A” ou “lado B”. Porque não se trata de torcida organizada — trata-se de consciência. O desejo é simples: que cada um consiga realizar seus sonhos, ter um trabalho decente, rezar se quiser, pedir paz para o mundo — e, quem sabe, rir da piada sem graça do tio do pavê sem transformar a sobremesa em debate eleitoral.
Este texto é apenas um desabafo, mas quem sabe funciona. Pelo menos aqui foi publicado — e alguém teve coragem de ler.


