Quais são nossos verdadeiros valores?

Você já reparou que nos dias de hoje tratamos a honestidade como se fosse uma qualidade do ser humano?

Honestidade não é nem nunca foi qualidade, honestidade é uma obrigação moral de qualquer pessoa é condição primordial. A desonestidade sim é um defeito, mas a honestidade não é nem nunca foi qualidade que se pode ter ou não ter, honestidade é algo que deveria estar intrínseco nos valores humanos e da sociedade.

Oscar Wilde dizia: Chamamos de ética o conjunto de coisas que as pessoas fazem quando todos estão olhando. O conjunto de coisas que as pessoas fazem quando ninguém está olhando chamamos de caráter.

A quantas anda o caráter da nossa sociedade, a quantas anda o seu, o meu caráter ?

Vivemos uma degradação de valores tão grande que a honestidade tornou-se item opcional, se você é um sociólogo pode usar o pensamento de Hobbes para entender que saímos do nosso estado de natureza e começamos a viver em sociedade para garantir segurança e uma vida mais tranquila, a partir dai a sociedade desenvolveu um código de ética que deve ser respeitado.

Para Aristóteles a ética é a busca do bem, e não do bem individual, mas o bem comum, a finalidade da politica é o bem do homem e o bem para o homem é a busca da felicidade, não a felicidade passageira, mas a felicidade continua e essa busca é o trabalho de uma vida inteira.

Na busca da ética e da consolidação dos valores da sociedade não podemos aceitar meias verdades, valores flexíveis, temos que entender que ações tem consequências e que se você busca o seu próprio bem em detrimento do bem comum, alguma coisa está errada.

Infelizmente muitos de nós exigimos honestidade do outro mas somos flexíveis quando trata-se da nossa própria atitude, aceitamos pequenos deslizes, uma paradinha rápida na vaga de idoso aqui, um pequeno delito alí, e aceitando o pequeno delito que está ao nosso alcance começamos a aceitar o grande delito que se tivéssemos possibilidade possivelmente cometeríamos também.

Até que ponto você acredita que as pessoas são realmente contra a corrupção ou só são contra porque não participam da divisão? É algo a se pensar!

Rui Barbosa certa vez disse: De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.

Isso acontece porque deixamos com que atos inconsequentes e de desrespeito aos valores da sociedade e da ética passem impunes, a impunidade é o maior combustível para que a injustiça e a desonra prosperem.

A impunidade é a vitamina que alimenta a maldade, que alimenta a degradação dos valores da sociedade.

Precisamos exigir regras claras, consequências claras, ter valores rígidos e entender que viver em sociedade nos dá direitos e obrigações, precisamos parar de tratar a honestidade como item opcional e entender que essa é uma obrigação de quem quer viver em uma sociedade livre, você tem o direito de agir e pensar como quiser, mas é escravo dessas atitudes e deve arcar com as consequências.

Como diria Luther King, o silencio dos bons é mais preocupante do que o grito dos maus, como diria Nelson Rodrigues os idiotas vão dominar o mundo não pela sua capacidade, mas porque são muitos.

Até quando você vai aceitar em silencio a desonestidade?

Até quando você vai rir-se da sua honra e se envergonhar de ser honesto?

Valores não são negociáveis, honestidade não é qualidade é obrigação, ética e moral dependem mais do exemplo do que de discursos e pagar por seus atos é o mínimo que uma sociedade descente pode exigir e oferecer ao seu povo.

Pedro Fabrini

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