PICANHAS, COSTELAS E DANCINHAS MALPASSADAS.

Houve uma época, nem tão distante assim, em que era praticamente obrigatório que publicitários e clientes se encontrassem para provar os novos produtos que seriam lançados no mercado.

Chocolates, cervejas, iogurtes, refrigerantes, snacks, biscoitos, cereais, peanuts e todo tipo de produto comestível ou não.

Além disso, as experiências iam além.

Publicitários e clientes praticavam o chamado role-reversal, ou seja, trocavam de papéis com frentistas, caixas de supermercados, lanterninhas de cinema, balconistas de farmácias, feirantes, etc etc etc.

Por que?

Para que sentissem na pele a reação dos clientes para os quais as campanhas seriam direcionadas.

Essas experiências eram muito enriquecedoras, facilitavam o trabalho da equipe de planejamento, mídia e criação das agências. Porque nessas reuniões sempre aparecia o diferencial de cada produto. E, claro, aparecia também os defeitos do produto.

Ai do cliente se ele viesse com uma picanha que não era picanha ou uma costela que não era costela.

A própria agência detectaria na hora o embuste. E, claro, jamais iria concordar em lançar um produto mentiroso.

Havia uma espécie de consenso entre agência e cliente na hora de conceber conceitos, direcionar os públicos que seriam atingidos.

Então, em virtude dos últimos acontecimentos, eu quero fazer aqui um pedido para a Alexa.

Alexa: faça a propaganda brasileira voltar no tempo, please. Com tecnologia sim, mas com idéia.

A velha e boa idéia que faça rir ou chorar, mas idéia.

Porque, cá entre nós, produtos fajutos, idéias malpassadas e filminhos com dancinhas não dá mais, né Alexa?

Principalmente filmes publicitários com dancinhas. Esses já encheram meu picuá!

 

Wanderley Dóro

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