O MARKETING POLÍTICO MORREU. E JÁ PODE ENTERRÁ-LO.

Inevitável traçar um paralelo com o Brasil de hoje, especificamente num segmento que está na berlinda: o marketing político.

Segmento esse que, para muitos, acabou. Porque as redes sociais se encarregaram de fazer isso.

Qualquer político de meia-tigela, e põe tigelas nisso, faz a sua própria mídia: as redes sociais, onde ele não paga nada.

O que é curioso, porque continuam embolsando as polpudas verbas do Fundo Eleitoral. Ou seja, embolsam a grana no próprio bolso.

Quando ouvi que o marketing político acabou, num primeiro momento levei um choque térmico.

Mas fiz o que a minha consciência sempre me pede: parei para pensar melhor naquilo.

Pensei, pensei, briguei comigo mesmo, me estapeei e cheguei à conclusão: não é que isso pode ser verdade?

Porque, muitas vezes (para não dizer todas) o marketing político não aceita falar a verdade dos seus produtos, ou melhor, dos seus candidatos.

Ou dizem meias verdades… ou não dizem nada.

Ou simplesmente mascaram.

Vamos pegar o exemplo da eleição americana quando o mundo dava como certa a vitória da Hillary Clinton

Inclusive – e principalmente – as pesquisas apontavam isso.

A campanha dela falava muito bem com as grandes metrópoles mas se esqueceu de penetrar nos cafundós-do-judas do Interiorzão dos Estados Unidos.

Se esqueceu que um dos segredos da boa propaganda é trabalhar com a verdade, nada mais que a verdade.

Ouvir o consumidor onde quer que ele esteja, captar sua essência, e devolver tudo em forma de campanhas que façam sentido com suas expectativas.

A Hillary não fez isso e deu no que deu.

Ganhou o candidato fanfarrão, pero eficiente, porque ele foi na jugular do americano das classes média e pobre.

Lidar com isso, na atual situação político-econômica brasileira, torna a coisa ainda mais dramática.

Depois do terremoto de fake news que estamos vivendo, quem vai acreditar em marketing político agora?

Aí, você vai me dizer: Ah, Wanderley, vocês publicitários, sempre dão um jeito em tudo.

Vocês conseguem vender de vento até jazigo em cemitério, o que dirá de um candidato a presidente, senador, deputado, prefeito, vereador.

Vocês conseguem… eu sei que vocês conseguem!

Ara, sô.

Antes de responder a essa pergunta que, admito, é inquisitória, eu contra-ataco com outra, essa uma pergunta bala-de-canhão:

Nessa missão quase impossível, quem seria o gênio marketológico-publicitário-atômico-fodão-da-galáxia que conseguiria devolver a credibilidade da maioria esmagadora dos políticos brasileiros, já nas eleições desse ano?

Pergunto mais:

Quem conseguiria devolver a credibilidade à uma das marcas mais poderosas e respeitadas do Brasil – até então – como a marca Odebrecht?

Alguém se habilita?

Não vale mentir, nem mascarar, hein?

 

 

Wanderley Dóro

Saber mais →

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *