A situação dos Correios e motivos.
A empresa de transporte de correspondências no Brasil é altamente lucrativa, tem preços melhores que a concorrência (UPS, FedExpress, etc. ), mas dá prejuízo. Que milagre é esse?
Vamos as contas: uma pequena empresa, no terceiro andar de um velho prédio na Rua Florêncio de Abreu, em São Paulo, faz cerca de 100 despachos diários, via Correios. Cerca de 2200 por mês. Ou 220 mil reais no mês. No mesmo edifício são mais 20 atacadistas, pelo menos, com o mesmo número de encomendas. 4.4 milhões de reais por mês. Na mesma rua existem, pelo menos, 50 edifícios destinados a escritórios de vendas. Isso equivale a 220 milhões de reais por mês, mas a Rua Florêncio de Abreu é a menor na região, que tem, Barão de Duprat, 25 de Março, Rua da Cantareira, Senado Queiroz, entre outras. Então vamos considerar Florêncio, como exemplo e reduzir as 10. Ruas principais, ao seu porte. Seriam 44 milhões de reais por mês. Até aí só citamos uma pequena região. Não citamos Braz, Pari, região da José Paulino, ou Clodomiro Amazonas. Estamos apenas no setor de quinquilharias, nem ousamos citar setores de auto peças, eletrodomésticos e outros. Qual seria o montante mensal da cidade de São Paulo em gastos mensais com correios? E a grande São Paulo. E o interior, com a mesma população? Alguém consegue fazer essa conta?
Os funcionários trabalham bem e ganham pouco, em sua maioria. Logo há de se pensar, para onde vai o dinheiro. Não de São Paulo, mas do Brasil? É muita grana e eu nem sei escrever esse número.
Antigamente os correios tinham veículos e equipamentos, prédios próprios, etc., então um sábio liberal achou que bom era sucatear tudo para depois terceirizar. Lembrando, terceirização é o melhor caminho para a corrupção e um atalho para a privatização.
Mas é assim, vende barato seu prédio velho e eu reformo e te alugo por um bom preço, como o canalha Bolsonaro fez com o oleoduto de Cubatão. Valor da compra é igual 3 anos de aluguel. Ou deixa apodrecer seus carros num pátio e eu alugo novinhos por um módico valor, ou seja, a cada sei meses, o valor de um carro novo.
Alguma terceirização em qualquer setor, foi benéfica aos contribuintes desse país? Terceirizar é precarizar e roubar. Já viram o Metro de São Paulo, o que fatura a concessionária e o benefício ao usuário? Tudo feito com dinheiro dos impostos e o lucro é dos amigos, mas uma boa parte é pago em propinas ao assinante da ditadura terceirização e a outra, ad-eternun, aos próximos governos para que mantenham a sacanagem.
Mas quem está por trás do esquema terceirizador?
No caso dos Correios, parece obvio que são os principais concorrentes. Até aí tudo bem, mas é necessário alguém para o serviço sujo.
O capitalismo terrorista ianque é mestre em cooptar, mediante propinas, dirigentes de grandes empresas no mundo inteiro. É mestre em convencer pobres ignorantes, que ser empregado das privadas é melhor que nas estatais e, o povo ignorante acredita. O povo ignorante, eterna massa de manobra, sempre apoia e ainda acredita que ganha.
Comprar diretores, gerentes e manipular concorrência de compras de serviços é muito fácil. Convencer, que a privatização é o bom caminho é simples, isso foi feito nos 4 anos de Guedes. Lembram do Guedes? É aquele que roubava 15 reais em cada reajuste do salário dos pobres. Ou aquele que foi empregado do maior traficante da América do Sul, o Pinochet. Ou aquele que virou um dos donos dos postos BR. Mas o importante é lembrar que nos últimos 6 anos, Meirelles e Guedes tentaram de todas as maneiras vender os Correios, convenceram o povo e grande parte dos funcionários.
Bem, um povo que acredita no capitão do mato, tem que comer grama. Da mesma forma, aquele que acredita que o capitalismo visa o bem público e não o lucro de uma minoria.
Como são feitos os roubos? Vamos ao quadro das maracutaias:
Conluio entre empresas (cartel): Empresas que deveriam competir entre si se unem para combinar propostas e eliminar a concorrência em uma licitação. Elas podem alternar os vencedores em diferentes certames ou apresentar propostas de cobertura (propostas falsas, com preços muito altos) para que a empresa “escolhida” ganhe.
Direcionamento da licitação: O edital da licitação é manipulado com cláusulas ou especificações técnicas excessivamente restritivas que favorecem uma empresa específica, excluindo outras competidoras. Isso pode incluir a exigência de produtos ou serviços com características muito específicas que só um fornecedor possui, ou a solicitação de experiência prévia que apenas a empresa “escolhida” detém.
Dispensa e inexigibilidade indevidas: A lei prevê casos em que a licitação pode ser dispensada (em emergências, por exemplo) ou inexigível (quando há inviabilidade de competição, como um serviço único no mercado). No entanto, esses mecanismos são fraudados para evitar a concorrência, contratando diretamente uma empresa ligada ao esquema, mesmo quando não há justificativa legal.
Empresas de fachada ou “laranjas”: São criadas empresas fictícias ou utilizadas empresas em nome de terceiros para participar de licitações e simular concorrência, ou para receber pagamentos por serviços/produtos não entregues.
Serviços fantasmas: Contratos são celebrados e pagos por serviços que nunca foram prestados ou por bens que nunca foram entregues. As notas fiscais são “frias” e servem apenas para dar legalidade à saída do dinheiro.
Fracionamento de despesas: Grandes aquisições ou obras são divididas em valores menores para fugir da modalidade de licitação mais rigorosa e complexa (como a concorrência) e se enquadrar em modalidades mais simples, com menos fiscalização.
Suborno e propina: Agentes públicos recebem vantagens indevidas (dinheiro, presentes, favores) para favorecer determinadas empresas no processo licitatório ou durante a execução do contrato, ou simplesmente para deixar a empresa afundar fazendo vista grossa.
Modificação ou pagamento irregular em contrato administrativo: Após a licitação, o contrato é aditivado indevidamente, aumentando o valor ou o escopo do serviço/obra sem justificativa, ou pagamentos são feitos com preterição da ordem cronológica.
Vejam que em qualquer das hipóteses acima, sempre existem agentes privados envolvidos, a ordem é derrubar, baratear, sucatear. Sempre, no capitalismo, o que importa é o lucro acima da necessidade social.
Nunca existirá um serviço privado onde se busquem mais os interesses do povo que o lucro dos empresários.