Geralmente é cedo realizar qualquer análise do Executivo ainda antes de acabar o 1° semestre de uma gestão de quatro anos. Entretanto, parece que o Prefeito de Bragança Paulista vem colaborando com decisões muito polêmicas e até impopulares. O resultado disso foi que na última terça (20.05.25) a Câmara Municipal aprovou PL n° 08/2025 que tratava de revogar a Nova Planta Genérica de Valores, utilizada para o cálculo do IPTU. E, de quebra, ainda rejeitou o empréstimo de R$ 75 milhões para a compra de novos ônibus, que era proposto pela Prefeitura, tudo por votação de 10×8 (Jornal em Pauta 20.05.25).
Esse resultado é uma resposta dura da população a Edmir Chedid (União Brasil) que desde que assumiu a cadeira da Prefeitura vem anunciando algumas medidas que provocou a insatisfação de boa parte da cidade. Duas delas foram as acima citadas e por uma maioria de vereadores que até o fim do ano passado seria impensada e inimaginada! Isso se deve à mobilização e pressão que fez a população, insatisfeita com as medidas, lotando o plenário da Câmara nas sessões, fazendo com que alguns vereadores da situação – que até aqueles momentos “votavam em cruz” e de acordo com as orientações de Edmir (União Brasil) – aderissem ao pleito da oposição. O mais importante é que as manifestações ocorreram dentro do limite aceitável daquilo que se espera de uma democracia. Teve resultado! E, por esta razão, ninguém poderá reclamar!
Para o Prefeito Edmir Chedid (União Brasil) já se pode considerar acesa e piscando a luz amarela. Isto porque o mês de maio do 1° semestre de sua gestão nem ainda se foi e ele teve o gostinho de duas derrotas em temas de suma importância para o seu grupo político e que há muitos anos não se via. Trata-se de evento que pode ser considerado como um termômetro na política local, um retrato, uma momentânea pesquisa. E isso se deve, não somente por conta dos 10 vereadores que votaram contra as pretensões de Edmir, mas como a oposição conseguiu os votos que faltavam, visto que no início eram num total de apenas 6 vereadores. Insisto: foi a pressão popular que fez efeito!
Também não dá para “festejar” a vinda desses tais vereadores da situação que “teriam encampado as ideias da oposição”. Nada disso! Apesar de muitos acharem que foi uma grata surpresa o voto desses vereadores da base do Prefeito, bem como o resultado obtido na Câmara, não se pode confundir uma momentânea e conveniente “pulada do barco” com um posicionamento político firme e de ideais sólidos! Lembrem-se que os mesmos da situação que votaram contra Edmir (União Brasil) na Câmara na terça (20.05) foram os mesmos que alguns meses atrás agiam como se declarassem: “Deus no céu e Edmir na Terra”! Ou seja, apesar de uma situação política anômala tudo pode voltar à normalidade por questões de interesses. Não se iluda. Pode ser momentânea essa mudança de opinião.
Foi o temor à represália da população que tais vereadores da situação votaram da forma que votaram, mas nada impede que retornem aos “quid pro quos”, “rapapés” e “salamaleques” que em outrora garantiram a eleições deles. Até porque, se deram uma pequena puladinha de cerca contra Edmir, não significa que passaram a ser leais aos anseios populares, porque continuam fãs incondicionais de suas próprias conveniências e oportunidades. Que a população venceu, não tenha dúvida. Mas, não se engane com a forma de se fazer política por alguns que privilegiam, acima de qualquer coisa, o seu ego.
Apesar de sua gestão ainda ter muito tempo pela frente, Edimir (União Brasil) vai precisar rever muita coisa para que não angarie derrotas como essa! Isso demonstra que a hora é de sentar e analisar esse início de seu mandato junto com os homens que ele confia. Se ele não rever seu posicionamento e sua postura como projetos de gestão para Bragança Paulista terá problemas que poderão lhe custar a não eleição de seu filhos Vitor Hugo à cadeira de Deputado Estadual e, mais tarde, sua reeleição ou a de alguém que ele apoie a ambos os cargos.
É isso!
Marcos Túlio, Advogado e Professor de Direito
