Em algum lugar ao sul dos States, Trankelly se consulta com o novo analista, Doctor Frank Lully:
FL – Good morning, Miss Trankelly !
T – Good morning, doctor ! (traduzido a partir deste ponto)
T – Grata por me receber hoje, sou nova na cidade e ainda não conheço ninguém, mas precisava conversar…
FL – Tranquila… muito prazer, meu nome é Frank Lully – meus pacientes me chamam de Lully…
T – (benzendo-se, dispara) prefiro chamá-lo de Frank, se não se importa!
FL – Ok Miss Trankelly – como posso ajudá-la ?
T – Estou meio perdida, precisei me mudar às pressas pois estou sendo perseguida…
FL – Hummm, há quanto tempo você sente estar sendo perseguida?
T – Comecei a ter problemas estranhos com um homem careca, que me aponta o dedo e diz que fiz coisas erradas – é torturante… precisei fugir dele!
FL – De quais coisas o homem acusa você?
T – Ele diz que invadi o sistema da casa dele, mas acho que todo mundo tem direito à informação, então paguei um hacker para garantir transparência e visibilidade do que ele tem feito ao mundo…
FL – Bom…,mas eram informações pessoais? Sigilosas?
T – Não importa, é meu direito salvar o mundo da desinformação…
FL – Bom, compreendo… você se arrepende do que fez?
T – Sim – de ter contratado um hacker linguarudo, senão nem estaria aqui sofrendo essa perseguição…
FL – Aham… Miss Trankelly, alguma coisa mais que o careca lhe acusa?
T – siimmmm – ele fala que sou desequilibrada porque apontei uma arma para uma pessoa – acredita?
FL – Aham, well… acredito…, mas por que você apontou a arma?
T – O cara tinha camisa vermelha e falou mal do meu amigo de camisa amarela – não é um absurdo? Gente assim não cabe no mundo! E ainda o cara saiu correndo, fugiu da briga, Frank, é mole? Tive que perseguir o cara para ele não fugir…
Frank começa a suar frio…
FL – Miss Trankelly, essa briga acabou bem, espero?
T – Não. Fui impedida de agir, veio a polícia me acusando, a imprensa vendida fez um escarcéu, não compreendo essa gente fazendo alvoroço demais…eu só estava me defendendo!!
FL – Miss Trankelly, por favor não se ofenda com a pergunta, mas há alguma coisa da qual você se arrependa em todos estes episódios?
T – Frank, sou uma cidadã exemplar, acredito em Deus e na Constituição, pago meus impostos e conheço meus direitos – por que sentiria remorso ?
FL – Miss Trankelly, acho que compreendi suas inquietações – vamos fechar esta sessão por hoje…
T – Ótimo Frank, preciso ir a uma loja de armas – me sinto muito insegura sem um 38… quanto é a consulta?
FL – Nada não, Miss Trankelly, fica como cortesia…na boa…
T – Obrigada Frank – mas pago as próximas – só não posso agendar nada pois ainda não sei bem onde vou morar…
FL – Depois a gente vê Miss Trankelly, paz no seu caminho, abração!!
Miss Trankelly sai – Frank Lully toma um prozac, respira fundo e diz para si – minha mãe bem que falou para eu aceitar aquela bolsa de basquete…psicanálise? What a hell!