Bragança tem cultura. E aqui tem Literatura!

Convidada pelo amigo e grande incentivador da cultura local, Professor Mário Doro, inicio hoje minha participação no portal Papo D’Oro falando de um tema que me mobiliza há mais de trinta anos: A Associação de Escritores de Bragança Paulista – ASES – que neste ano de 2022 comemora seu Jubileu de Pérola: trinta anos ininterruptos dedicados à cultura e à literatura.

Não tenho a menor dúvida em afirmar que a fundação da ASES representou um divisor de águas na cultura de Bragança Paulista. Até então, poucos eram os autores locais que ousavam lançar um livro. Às vezes, por sorte, um poeta ou outro conseguia um espaço nos jornais para a publicação de um poema.

Aí  apareceu Lóla Prata e encasquetou de arrebanhar esses poetas e escritores. Como a Universidade São Francisco estava promovendo um concurso nacional de poesias, conseguiu com o Pró-Reitor Comunitário, na época o Professor Antonio Carlos de Almeida, além da relação dos bragantinos participantes do certame o apoio da Pró-Reitoria Comunitária daquela Universidade. Também foi de vital importância para que a Associação se concretizasse o apoio do então Diretor de Cultura da Prefeitura de Bragança Paulista, Edilberto Daólio, que encampou a ideia e disponibilizou o Salão Nobre da Prefeitura para que a primeira reunião fosse realizada, no dia 20 de junho de 1991. E eu estava lá! Orgulhosa por ter sido convidada e vibrando porque meu poema tinha sido selecionado para a antologia da USF, cujo tema foi A Paz, eis o poema:

A   PAZ

 

No mais das vezes,

ela se apresenta

ausente.

Fere interesses,

incomoda o poder,

gera angústias

de dementes ambições.

Quando se transveste de anjo,

com sua aura inocente,

subverte princípios,

desafia continentes.

Às vezes, empresta seu nome

ao petróleo do Oriente.

subsidia a fome,

fomenta corrupções…

 

Abaixo a hipócrita paz,

sob a mira de um fuzil,

das ameaças atômicas,

das guerras espaciais !

 

Abaixo a paz dos senhores,

que desde os tempos feudais,

compraram, barato, os homens,

aos quilos, às toneladas,

vendendo ilusão de paz….

 

Antes, venham os gladiadores…

Os mártires…

Os defensores do espírito em luta,

da emancipação da mente…

 

Porque a paz que se espera

só brota, devagarinho,

lá no peito, de mansinho,

invadindo o coração

e como num sopro divino

coloca um sorriso nos lábios

e dilacera a solidão….

 

Desde então a ASES nunca mais saiu de mim ( e eu pretendo jamais sair da ASES também).

No último 23 de julho comemoramos nossos trinta anos com uma belíssima festa e com o lançamento da Revista Comemorativa Aqui tem Literatura, que está sendo distribuída gratuitamente aos amigos, simpatizantes, aos espaços culturais de nossa cidade e ao público em geral que prestigia nossas atividades. Que venham outros jubileus! Vida longa à ASES e aos escritores e poetas bragantinos!

Henriette Effenberger

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