A GLOBO QUE EU SEMPRE AMEI NÃO EXISTE MAIS.

Voltando aos anos 1970, ano em que eu cursava a Faculdade de Comunicação (Publicidade) em Ribeirão Preto.

Assim que terminei a faculdade, tive a felicidade de ser contratado pela TV Globo de Ribeirão, como redator no departamento de publicidade.

Minha missão era criar comerciais para as empresas de Ribeirão Preto e Região e até cidaades do Sul de Minas.

Coisa que foi fundamental na minha carreira porque, na Globo, pude desenvolver o meu trabalho de criar filmes para a televisão.

Por isso sou e serei eternamente grato à Globo.

Naquela época a Rede Globo era comandada pelo Walter Clark, considerado um gênio da televisão.

A Globo já estava consolidada em todo o território nacional. E valorizava também as regionais.

Aliás, até nisso a Globo foi pioneira, porque ela dividia o país em várias regiões, cada uma com seu jornalismo local.

Seus departamentos funcionavam integrados e a programação refletia os cuidados que ela tinha.

Cuidados, também, que Walter Clark tinha com os funcionários. E isso era algo que me chamava a atenção.

Primeiro, porque ele valorizava os funcionários, matriculando-os em cursos universitários importantes e não cobrando nada por isso. Sim, a Globo era quem pagava os cursos para os seus funcionários.

Eu, por exemplo, voltei para a faculdade para fazer um curso de jornalismo na mesma UNAERP de Ribeirão Preto.

Ganhei o meu segundo diploma, agora de jornalismo, mesmo sem exercer essa profissão.

Além disso, Walter Clark enviava um fax para cada funcionário que se destacava. Isso, em todo o Brasil.

E nesses momentos, o funcionário recebia um prêmio.

Tive a felicidade de receber alguns desses prêmios.

O mais importante deles foi um disco raro do Pixinguinha, gravado na Som Livre.

Os anos se passaram e a Globo se tornou a maior emissora da América Latina.

Novelas históricas, coberturas históricas, entretenimento histórico,

Mas uma coisa me chamava ainda mais a atenção: o jornalismo da Globo, comandado por Armando Nogueira.

Atual, cobria grandes eventos e sempre praticando o principal sacerdócio do jornalismo: a imparcialidade.

Durante anos foi assim. Um jornalismo imparcial.

Mas, de alguns anos para cá, aos poucos, a Globo foi se esquecendo da imparcialidade.

O jornalismo virou militância.

Globo, leia-se também Globonews.

A informação se tornou parcial, descaradamente parcial, viciada, onde “jornalistas” se transformaram em fantoches dançantes.

Além disso, programas popularescos tomaram conta da sua programação.

Virou emissora oficial. E chata de ver. Se tornou a Red Globo.

Por isso perdeu muito da credibilidade (e a audiência) que tinha.

Eu torço para que ela volte a ser como era.

Volta, Walter Clark!

 

 

 

 

 

 

 

Wanderley Dóro

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