A ÉTICA DA DIALÉTICA ESCALAFOBÉTICA.

Há muito tempo, as pessoas usavam o cérebro para pensar, criar, escrever, pesquisar e até pra se comunicar. Mas o mundo mudou, a internet chegou e houve aquilo que eu chamaria de “uma verdadeira revolução da involução”.

Hoje, a tecnologia, a pressa, a preguiça e, às vezes, a falta de cérebro, tornaram tudo muito estranho e meio bôbo (pra não dizer outra coisa…rs).

Por exemplo.

“Dar uma boa gargalhada” hoje virou kkkkkkk…

Pra saber qual era a capital da Noruega, a professora ensinava ou as pessoas consultavam a enciclopédia. Hoje ninguém tem mais saco pra isso. E morrem sem saber que é Oslo.

Me bate um Graham Bell” significava ”Me liga”. Hoje é “Text me”!

“Tudo magiclick?” ou “Tudo beleza?” hoje é “Belê?” e até “blz?”.

“Amiga”, hoje é este horroroso “miga”.

“Poder feminino”, hoje é esse horrendo “empoderamento”.

Em propaganda, “criar” era consultar o próprio cérebro para fazer isso. Hoje muitos consultam bancos de imagens. Ou folheiam a revista Archive para decorar e chupar. Esse “chupar” aqui, significa copiar. Antes era chupar mesmo, chupar várias coisas deliciosas.

“Ouvir um rock” era ouvir musiquinha que era “o maior barato”. Hoje é ouvir o assistente do Sílvio Santos que, às vezes sai caro.

“Mini saia” era aquela saia curtinha que mostrava mais do que escondia. Hoje é a total falta de saia mesmo.

“Curtir” era viajar, nadar, pedalar. Hoje é dar um click no Facebook, no Instagram, no Twitter.

“Pesquisar” hoje é “dar uma googada”.

“Veja no mapa” hoje é “põe no waze”!

“Riachuelo” hoje è “rchlo”.

Enfim, com essas revoluções e involuções, caso você não prefira usar o seu cérebro, gostaria de sugerir alguns modismos e expressões para serem usadas na internet ou mesmo ao vivo. Tudo para você ganhar tempo.

“Vamos transar?” pode virar “vtrs?”.

“Que tal viajar?” pode virar?” pode ser um “vruuuummmm?”.

“Vamos almoçar?” pode ser “rola um food?”

“Cineminha hoje?” pode ser “cnmh”.

“Que cagada, hein?” pode ser um “prrrrrrrrr?”

“Me telefona!” pode ser “Me bate um iPhone!” ou até um Samsung.

Tudo isso sem contar as novas nomenclaturas que inventaram para definir gêneros.

Meninos, meninas, menines.

Todos, todas, todes.

Algumas coisas deveriam se adaptar a esse novo jeito de falar.

Por exemplo:

A música A GAROTA DE IPANEMA poderia ser A GAROTES DE IPANEMA.

O filme TODOS OS HOMENS DO PRESIDENTE passa a ser TODES OS HOMENS DO PRESIDENTE.

O filme ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE passa a ser ASSIM CAMINHA A HUMANIDADES.

O filme SPARTACUS passa a ser SPARTAQUES.

O filme TODA A NUDEZ SERÁ CASTIGADA passa a ser TODA A NUDEZ SERÁ CASTIGADES.

Agora é assim que a banda toques.

Wanderley Dóro

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One thought on “A ÉTICA DA DIALÉTICA ESCALAFOBÉTICA.

  1. Evaristo Giovannetti Netto 19 de junho de 2023 at 16:45

    Excelente, muito inspirado! Só acrescentaria o uso exagerado, totalmente inadequado e deveras irritante da palavra “TIPO”: Tipo isto, tipo aquilo e, ainda pior, o “TIPO ASSIM…”!!!!

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