Ana sempre foi uma aluna brilhante, mas nos últimos anos algo mudou. Sua mãe percebeu que as notas estavam caindo, as conversas sobre a escola ficaram mais raras e o tempo livre era todo consumido pelo celular. Na sala de aula, os professores lutavam para competir com as notificações incessantes das redes sociais. Essa realidade não é só da Ana, mas de milhares de crianças e adolescentes que, cada vez mais, enfrentam dificuldades de concentração e aprendizagem.
A boa notícia? A Lei nº 15.100/2025, que restringe o uso de celulares nas escolas, já está valendo. Seu objetivo é reduzir os impactos negativos do uso excessivo de telas no aprendizado e na saúde mental dos jovens. Agora, cada rede de ensino e escola, seja pública ou privada, tem a responsabilidade de definir a melhor forma de implementação até o início do ano letivo (ou seja, para ontem!).
A iniciativa reflete uma preocupação crescente sobre como os dispositivos eletrônicos estão moldando a atenção e a interação social dos estudantes.
Infelizmente, muitos jovens enfrentam um verdadeiro abandono digital por parte das suas famílias, sem qualquer orientação sobre limites saudáveis para o uso da tecnologia. Esse cenário impacta diretamente as escolas, que precisam lidar com alunos cada vez mais dispersos, com dificuldades de leitura e escrita e um comprometimento significativo na socialização.
Professores relatam que o desafio de manter a atenção dos estudantes não é apenas acadêmico, mas também emocional, pois muitos jovens apresentam sinais de ansiedade e dependência digital.
Para auxiliar na adaptação, o Ministério da Educação (MEC) lançou dois guias, um para as redes de ensino e outro para as escolas, com diretrizes como:
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Comunicação e conscientização: professores, alunos e famílias devem ser informados sobre as novas regras.
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Material de apoio: cursos serão oferecidos a professores para auxiliar os alunos no uso responsável da tecnologia.
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Autonomia escolar: cada escola pode adaptar a restrição à sua realidade, respeitando a legislação.
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Acompanhamento e fiscalização: o cumprimento da lei será monitorado pelas próprias escolas e redes de ensino.
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Suporte para as famílias: webinários e orientação aos pais ajudarão na transição.
Vale destacar que a lei não proíbe totalmente os celulares, apenas restringe seu uso durante aulas, recreios e intervalos. O uso continua permitido para fins pedagógicos, acessibilidade, saúde e segurança, sempre com autorização do professor.
A medida surge como resposta à crescente preocupação da sociedade e especialistas com os efeitos do uso excessivo de telas. Pesquisas apontam que a exposição prolongada a dispositivos eletrônicos prejudica o desempenho acadêmico, reduz a interação social e aumenta os índices de ansiedade e depressão entre os jovens. Segundo uma pesquisa do Datafolha (outubro de 2024), 62% da população é a favor da proibição dos celulares nas escolas, e 76% acreditam que o uso excessivo mais atrapalha do que ajuda no aprendizado. Já um estudo da Nexus revelou que 86% dos brasileiros são favoráveis à restrição, e 54% defendem a proibição total.
Essa legislação não busca afastar a tecnologia da educação, mas sim equilibrar seu uso e garantir um ambiente escolar mais saudável para as próximas gerações.
E você? Concorda com estas restrições? Não deixe de ler nossos próximos artigos sobre LGPD e Proteção de Dados de um jeito fácil!