PROTEÇÃO DE DADOS: Proteção digital para crianças e adolescentes

Educar os filhos sempre foi uma tarefa extremamente importante e, por vezes, desafiadora para os pais, mas atualmente, na era digital, essa missão se tornou ainda mais trabalhosa e desafiadora.

 

Será que as nossas crianças estão preparadas para ter tanta tecnologia na palma das mãos sem supervisão? Será que crianças de 10, 11 ou 12 anos estão prontas para ter perfis em redes sociais como Instagram ou Tik tok? Ou mesmo para rolar o feed dos shorts do Youtube? 

 

Acredito que a resposta para todas estas perguntas seja NÃO.

 

Nossas crianças precisam ser cuidadas. Esta questão vai muito além do direito à privacidade e proteção de dados. Os pais são responsáveis pelas atitudes dos filhos em meio virtual ou fora dele e precisam estar conscientes desta responsabilidade.

 

A interação de crianças com as telas ocorre cada vez mais cedo e de forma ampla, muitas vezes sem a devida cautela por parte de seus pais ou responsáveis. É certo que cerca de um terço dos usuários da internet no mundo é de crianças e adolescentes, segundo dados da pesquisa TIC Kids online, produzida pelo Comitê Gestor da Internet (CGO.br).

 

Fato é que, crianças e adolescentes ainda não possuem a maturidade necessária para compreender as consequências de suas interações online, tornando-as vulneráveis a riscos como exposição indevida, assédio, cyberbullying, más influências e experiências prejudiciais. 

 

De acordo com o pediatra e sanitarista Daniel Becker, “não há mais dúvida nenhuma, na sociedade e na ciência, sobre os danos múltiplos e multidimensionais que o mau uso e o excesso de telas estão causando na infância e adolescência”, afirma. Os prejuízos, segundo Becker, vão desde os físicos, como a prevalência de hábitos sedentários, o desenvolvimento de distúrbios visuais como miopia, e alterações no sono, até comprometimentos cognitivos e emocionais, como a falta de atenção e o pouco desenvolvimento de habilidades interpessoais. 

 

Outro risco das telas apontado por Daniel Becker tem a ver com o contato de crianças e adolescentes com conteúdo e ideologias extremistas, que pregam violência e preconceito, como machismo, misoginia, racismo, nazismo e similares. Ou mesmo a vulnerabilidade a ações de criminosos, com riscos de exposição à pedofilia, prática de assédio e cyberbullying. Nesse sentido, defende o médico, é preciso que o governo e o Congresso Nacional avancem na aprovação de uma lei sobre liberdade, responsabilidade e transparência das plataformas de internet e redes sociais.

 

Dessa forma, cabe aos pais não apenas limitar o acesso das crianças a certas plataformas (que em sua maioria proíbem o uso por pessoas abaixo de 13 anos), mas, também, educá-las sobre o uso consciente da tecnologia. A supervisão ativa e o diálogo aberto são fundamentais para orientá-las sobre os perigos do mundo digital, minimizando os riscos associados ao uso inadequado de dispositivos conectados à internet.

 

Por outro lado, o enfrentamento a estas questões não deve ser apenas comportamental! Depende da garantia de uma série de outros direitos, como investimento em políticas públicas para que “telas” não signifiquem “ajuda” no cenário de muitas famílias. 

 

Escolas, famílias e o Poder Público vão precisar somar esforços para que consigam garantir opções de atividades para as crianças e adolescentes, como esportes, cultura, contato com a natureza, promovendo o desenvolvimento integral de habilidades motoras, cognitivas e socioemocionais.

 

Smartphones e outras tecnologias digitais, quando não utilizados com cautela, podem ser extremamente prejudiciais, causando danos muitas vezes irreversíveis. Histórias de pais que descobriram situações alarmantes envolvendo seus filhos demonstram a urgência em adotar medidas preventivas e educativas. Proteção, supervisão, educação digital e políticas públicas são pilares fundamentais para garantir que nossas crianças cresçam seguras e bem informadas em um mundo cada vez mais conectado.

 

Quer saber mais sobre Direito Digital, Proteção de Dados ou como adequar o seu negócio à LGPD? Então não deixe de ler nossos próximos artigos!

 

Referências bibliográficas:

https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2024-03/governo-define-grupo-sobre-uso-indevido-de-telas-por-criancas#:~:text=Os%20preju%C3%ADzos%2C%20segundo%20o%20m%C3%A9dico,pouco%20desenvolvimento%20de%20habilidades%20interpessoais.

Carolina Poletti

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One thought on “PROTEÇÃO DE DADOS: Proteção digital para crianças e adolescentes

  1. Mario Doro 7 de agosto de 2024 at 14:59

    Mais um esclarecimento muito importante

    Responder

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