O lado sombrio dos Influencers

Por: Juliana Dorigo

Nos últimos anos, a internet deixou de ser apenas um espaço de consumo de informação para se tornar um palco de protagonismo. Nesse cenário, surgem os influencers — pessoas que, muitas vezes anônimas, conquistam visibilidade e poder de influência por meio da produção de conteúdo nas redes sociais.

Com milhões de seguidores, essas figuras digitais moldam opiniões, lançam tendências e influenciam hábitos de consumo. O poder que antes estava restrito a celebridades e grandes veículos de comunicação agora pode ser alcançado por qualquer pessoa com acesso à internet. É uma atividade que gera engajamento, dinheiro e conteúdo em escala, muitas vezes sem qualquer compromisso com ética ou responsabilidade.

No entanto, junto com as oportunidades, surgem riscos. A busca por visibilidade e lucro tem levado à criação de conteúdos que exploram a exposição — e, em muitos casos, a humilhação — de outras pessoas, incluindo menores de idade. Desde a promoção de casas de apostas até a ridicularização e adultização de crianças, o cenário exige atenção urgente. Mas quem, afinal, é responsável por esse ambiente?

Recentemente, o youtuber Felca publicou um vídeo que repercutiu amplamente, denunciando casos graves de exposição infantil e alertando para riscos que vão desde traumas psicológicos até crimes cibernéticos.

Recomendo que pais e responsáveis assistam: Clique aqui

Um agravante é o papel dos algoritmos das próprias plataformas, que impulsionam e ampliam o alcance desse tipo de conteúdo, tornando-o mais visível e acessível — não apenas para crianças e adolescentes, mas também para criminosos que utilizam as redes para consumo e disseminação de pornografia infantil. Apesar da gravidade, empresas como Instagram e Facebook ainda não assumem responsabilidade efetiva nem implementam mecanismos de fiscalização rigorosos, permitindo que essas situações se multipliquem.

A influência sobre menores é um ponto crítico. Crianças e adolescentes, muitas vezes, não têm maturidade para filtrar informações. Por isso são fundamentais a educação digital, supervisão parental e a regulamentação das plataformas para garantir que esses criadores de conteúdos respondam criminalmente.

Denunciar esse tipo de conteúdo é fundamental para quebrar o ciclo de exposição e proteger as vítimas, especialmente crianças e adolescentes. Cada vez que um material inapropriado é reportado, aumenta-se a chance de que ele seja removido da plataforma e que o criador seja responsabilizado. O silêncio, por outro lado, apenas fortalece o alcance desses conteúdos, alimentando o algoritmo e incentivando a produção de mais material nocivo. É dever de todos: pais, educadores, usuários e a sociedade em geral. Agir diante de situações que violem a privacidade e a integridade de menores.

Para qualquer denúncia anônima ligue 100

Juliana Dorigo

Jornalista pós-graduada em Gestão de Conteúdo e Marketing de Mídias Digitais, com atuação em produção de conteúdo multimídia, assessoria de imprensa, marketing digital e fotografia. Desenvolve projetos voltados à comunicação institucional, cultura e imagem, com experiência em empresas públicas, privadas e do terceiro setor.

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