EMBARGOS AURICULARES n° 351 “Heróis e vilões ao meio de uma tragédia”

A tragédia no Rio Grande do Sul devastou tudo por onde passou e que ainda se encontra. Apesar de sua evidência cristalina, ao meio disso tudo se pode observar dois pontos que se destacam a cada dia que passa.
Por um lado, são os nossos anônimos heróis! É verdade! Esses tais se embrenham pelos escombros alagados, destroços, por cima e por baixo d’água, a nado, com barcos, helicópteros, jets skis, fazendo trilhas com jeeps, caminhões, fusca, fiat uno, na garra, força, coragem e fé em Deus. Eles são comerciantes, empresários, costureiras, entregadores, varredores de rua, advogados, médicos, pizzaiolo, professores, desempregados e qualquer outro que tenha ou não uma atividade mais ou menos reconhecida na escala de status na sociedade. Isso é o que menos importa. Na grande maioria das vezes, essas pessoas não têm nenhum vínculo social, de família, de amizade, profissional, mas parecem estar ligadas com o único intuito necessário: o de salvar e resgatar o maior número de vidas possíveis! Custe a eles o que custar.
Muitos desses nem do Rio Grande do Sul são. Além daqueles que lá se encontram, porque vivem nos locais afetados pelas enchentes, centenas de outros estão migrando para lá com a exclusiva finalidade de se voluntariar a ser um socorrista. Estão gastando, melhor dizendo, investindo, nas vidas de seres humanos e animais com seus bens, sua saúde, seu tempo e com suas próprias vidas. São anônimos e não estão preocupados com holofotes, mesmo aqueles que são celebridades e conhecidos no mundo da mídia. Estão fazendo o que se propuseram a fazer por saberem que podem contribuir de alguma forma, sendo úteis e “pau para toda obra”, sentindo-se devedores à sociedade por terem força, capacidade, coragem, disposição e algum recurso para, de alguma forma, ajudar!
São os heróis anônimos que um dia sentirão orgulho de si próprios por terem se engajado na, talvez, a missão mais difícil de suas vidas, mas que no final valerá à pena por que vidas foram salvas e o Rio Grande do Sul foi restaurado.
Entretanto, estamos ao meio de uma tragédia e não dá para sermos românticos e não enxergar a parte ruim que também nasce como o joio ao meio do trigo ou as ervas daninhas ao meio das boas. Esses são os aproveitadores e oportunistas. Tais não perdem a oportunidade de se promoverem, dar com uma mão e tirar com a outra, politizar o ideologizar uma tragédia que contabilizará, certamente, um número absurdo de mortes ao final ao baixar das águas.
A Min. do Meio Ambiente, Marina Silva, por exemplo, concedeu a seguinte declaração: “Se não tivéssemos quatro anos de apagão em termo de política climática, de política de prevenção, poderíamos estar numa outra situação, com certeza. Essas políticas foram todas retomadas a partir do ano de 2023. E você há de convir que algo dessa magnitude não consegue se resolver em um ano” (Revista Oeste; 06 mai 2024). É simplesmente incrível que uma pessoa que ocupa um cargo tão importante tente nos fazer crer que a culpa pelo o que está ocorrendo no Rio Grande do Sul seja de governos (quaisquer que sejam), quando o volume de água que se precipitou em todo o Estado foi, simplesmente, o maior da história já registrado. Não haveria plano de contenção que fosse o suficiente nesse caso. É a politização e oportunismo baratos por conta de uma catástrofe climática! Fizeram a mesma coisa com a Covid19 com suas mais do que mentirosas narrativas repetitivas e infindas!
Ainda, não podemos nos esquecer dos vilões que brotam como chacais aguardando uma carcaça para ser devorada! Esses são vis, aproveitadores, cretinos, que não têm compaixão, são desprovidos de sensibilidade, são interesseiros, oportunistas e não lhes escapa nada, muito menos as mazelas humanas! Estão saqueando o pouco que restou, assaltando, cobrando ágio para tudo e até chegaram a multar caminhões, caminhonetes lotadas de mantimentos e pessoas que foram resgatadas ou estão sendo levadas para serem o próprio resgate. São amantes de carimbos do tipo: “LIBERADO”, enquanto vidas se perdem ao meio das águas barrentas do Guaíba e seus afluentes. Esses não remam em sentido contrário aos demais, mas fazem buracos no fundo do casco do barco em que se encontram!
Nessa história toda, a tragédia do Rio Grande do Sul destaca duas coisas: 1) que o Brasil está recheado de heróis, todos anônimos e desinteressados em medalhas; 2) que por outro lado, também tem seus vilões. Verdadeiros cretinos que não deixam de tirar proveito da desgraça alheia utilizando o meio que for.
Trocando em miúdos: se por um lado sobram coragem e solidariedade ao brasileiro, por outro, em muitos transbordam cretinice e falta de bom senso.
Posso estar enganado, mas valores não fazem mal a ninguém!

Marcos Túlio, Advogado e Professor de Direito

Marcos Tulio de Souza Bandeira

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One thought on “EMBARGOS AURICULARES n° 351 “Heróis e vilões ao meio de uma tragédia”

  1. DouglasCeshy 12 de junho de 2024 at 08:28

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