Educação inclusiva: urgência na formação e na responsabilidade

O Brasil não pode mais adiar a educação inclusiva. O Decreto nº 12.773, publicado em 8 de dezembro de 2025, nos faz refletir sobre essa urgência, estabelecendo diretrizes essenciais para que estudantes com necessidades especiais possam aprender e se desenvolver de forma plena. Entre os pontos centrais, destaca-se o Plano Educacional Individualizado (PEI), que garante adaptações, metas pedagógicas e estratégias personalizadas para cada aluno. Além disso, o decreto exige que os profissionais da Educação Especial realizem 360 horas de atualização e formação continuada, mostrando que preparo e conhecimento não são opcionais — são essenciais.

Apesar de avanços legais importantes, a implementação ainda enfrenta obstáculos significativos. Muitos professores e auxiliares não possuem formação adequada ou acesso a cursos de atualização qualificados. As escolas, especialmente as públicas, frequentemente carecem de recursos, tecnologias assistivas e pessoal suficiente para atender à diversidade de necessidades de seus alunos. Paralelamente, a cultura escolar precisa evoluir. Inclusão não é apenas presença na sala de aula: é garantir participação efetiva, aprendizado real e respeito à diversidade.

A responsabilidade é dupla. O poder público precisa aplicar recursos com transparência, seriedade e compromisso social, enquanto as instituições privadas, por sua vez, não devem priorizar o lucro em detrimento do desenvolvimento dos alunos. Sem ética, coerência e investimento, a inclusão permanece apenas no papel.

Avançar na educação inclusiva exige consistência, formação e visão humanizada. Investir em capacitação de profissionais, infraestrutura escolar e conscientização da comunidade educativa é investir no futuro de cada aluno e na sociedade como um todo.

O caminho é longo, mas inadiável. Cada passo dado com seriedade representa uma vitória não apenas para a educação, mas para a sociedade como um todo — garantindo que crianças e jovens com necessidades especiais tenham a oportunidade de aprender, crescer e participar plenamente da vida escolar.

Ligia Nobrega Barbosa

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