O Mario Doro me convidou algumas vezes para escrever em sua revista digital. Eu declinei todas vezes.
Motivos são vários, a pluralidade da qual ele se orgulha, para mim é insuportável, principalmente quando se trata de religião, conservadorismo e opiniões idiotas. Eu nunca tive paciência para ignorantes e suas conversas sem sentido filosófico, cientifico ou social.
A ignorância é o não saber. É o contrario da cultura. Não tem nada com ensino, formação escolar, títulos, etc. Ignorância não tem classe social, mas as vezes tem doutorado.
A ignorância é pautada por complexos, educação familiar, egoísmo, subserviência, falta de pesquisa e nenhuma visão humanitária.
Desde criança sempre tive aversão a ignorantes. Sempre mantive contato com poucos amigos. Sempre me esquivei dos ignorantes.
Em 1977, eu tinha 18 anos, estava indo para o terceiro ano da faculdade de psicologia, quando cheguei em casa as 5 horas da tarde para me trocar e ir para a casa da minha namorada. Minutos depois a campainha tocou e eu fui atender. Como era um amigo do meu pai, Ari Ramos, fui logo dizendo que ele não estava, mas o Ari disse que estava ali para falar comigo. Eu fiquei surpreso e curioso, imaginando do que se tratava. Ari era presidente do MDB (a oposição a ditadura, naquela época), ele falou sobre o partido, a necessidade de renovar seus quadros e o quanto precisavam de alguém para escrever em um jornal da cidade. E que esse alguém seria eu. De pronto falei que ele estava enganado, que eu nunca tinha escrito nada, a não ser poesias e uma peça de teatro, mas isso era muito diferente de escrever para um jornal. Ele insistiu, com certeza de quem ganharia a discussão, dizendo que eu saberia o que fazer e que era isso que o partido precisava. Na conversa ele fez uma projeção do futuro, no qual previa, que eu, ou o Marcus Valle, jovem vereador lançado por ele, poderíamos mudar a cidade, que ele acreditava nisso e que eu precisava aceitar a tarefa. Só voltei a lembrar disso, no dia 4 de outubro de 2005, quando saiu a cassação de Jesus Chedid, por um processo iniciado e mantido por mim.
Na imprensa eu aprendi tudo. Não era apenas um colunista. Aprendi a trabalhar e montar jornais em offset e linotipo. Trabalhei em propaganda, fui colunista, jornalista e fiz inúmeros contatos, que me levaram até o Palácio doa Bandeirantes como coordenado de governo, na gestão de Franco Montoro, quatro anos de aprendizado, depois vieram outros projetos e funções em diferentes locais.
É importante ressaltar, que lá em 1978, eu me considerava de esquerda e lutava por democracia. Hoje aprendi que democracia não existe entre diferentes. Esquerda e direita são adjetivos suaves para determinar posições temporárias, ou não assumir reais desejos. Logo sou comunista total. Deixei de ser Leninista, passando a total Stalinista. Logo, se alguém tem preconceito, ou é ignorante, não perca tempo de ler o que escrevo, mesmo porque não tem capacidade intelectual de entender.
Resumindo, Sr. Mario Doro, vou tentar ser organizado e lhe enviar uma porção de palavras, montadas no estilo crônicas, muitas incompreensíveis para ignorantes, de tempos em tempos, sempre defendendo meu ponto de vista, que é o que interessa. Sempre com pensamento social, sem hipocrisia.
Completando, sou ateu, não tolero a manipulação religiosa. Apesar de, no passado, ter 3 amigos padres, um pastor e um budista. Já morreram e segundo seus próprios conceitos, devem ter ido para o inferno, mas eram boas pessoas. Um dos padres também era ateu, mas negócios, são negócios, o outro me deu extremunção em 1974 e teve que ouvir minha gozação até seu fim. O budista errou todas suas previsões, incluindo que eu só teria um filho e ficaria rico. E o pastor dizia que eu era melhor que seus clientes.
Sempre fui considerado vagabundo e fiz de tudo para preservar essa imagem. Inveja é doença mental e evito os idiotas.
O nível é esse, ou seja, hipocrisia zero.
Hipocrisia e falta de busca pelo conhecimento é irritante.
