Até onde todo mundo sabe, são 4 as cores da bandeira do Brasil: verde, amarelo, azul e branco. Posso estar enganado, mas é uma variação considerável capaz de entusiasmar qualquer estilista de material esportivo que fosse fazer um uniforme para qualquer modalidade de esporte do Brasil. Basta lembrar dos inúmeros uniformes do vôlei e basquete em todos esses anos.

Mas, para variar, “vazou” à imprensa e redes sociais a possível camisa da Seleção Brasileira para a Copa de 2026. E ela é vermelha! Aí, generalizadamente, caíram de pau em cima da CBF. E, com razão! O motivo das críticas e de seu imenso volume é que não faz qualquer sentido ser vermelha a camisa da “Seleção Canarinho” que é uma tradição, menos ainda, aposentar a camisa azul do escrete nacional!

Logo ligaram a “façanha” às questões político-ideológicas de que “jamais nossa Bandeira será vermelha”! Concordo com a frase, mas não creio que isso tenha a ver com essa preferência “social-comunista”. O foco da CBF, como sempre é muita $$, por essa razão, tratou-se, em minha humilde opinião, de um enorme “balão de ensaio”, pelo menos por enquanto, com o fim de saber a opinião popular sobre o tema. Bem, se acertei, creio que não vai dar pra continuar com essa inominada ideia tirada, sabe-se lá de onde, porque foi um verdadeiro massacre brasileiro contra a suposta proposta. Já houve até quem dissesse: “vou torcer para um novo 7×1 contra o Brasil na Copa”!

Na verdade, a CBF vem acabando com o futebol brasileiro há décadas, destruindo tudo aquilo que foi criado no século XX e que os europeus tinham inveja e que precisaram inventar o “futebol-força” para combater a criatividade e a capacidade inata do brasileiro de jogar futebol. Em extinção estão os campos de peladas (várzeas), onde centenas de garotos se divertiam correndo atrás de uma bola e inventando os mais diversos dribles e jogadas mirabolantes. “Olheiros” dos grandes centros do futebol visitavam os campos de peladas nos bairros e periferias e até viajavam para os mais longínquos lugares para peneirar craques que comporiam as equipes de bases dos grandes times. Não existe – se existe, são raríssimas e não conheço – as peneiras dos grandes clubes e os “empresários” é que mandam no mundo da bola nos dias atuais.

Ou seja, o futebol brasileiro está na história e só! Não tenho nenhuma esperança de ver a Seleção Brasileira campeã de uma Copa do Mundo novamente. Tudo virou política e dinheiro. Jogadores de hoje recebem uma verdadeira fortuna que os grandes craques do passado não recebiam 1/3 do que se paga hoje para os medíocres “pernas de paus” da atualidade e que mais da metade do que recebem vão para seus empresários. O futebol de hoje não aceita palavrão e nem que chame o adversário disso ou daquilo. Nem pensar, em chamar o outro de negão, xingar a mãe dele ou mandar ele tomar um suquinho de caju no calor das “divididas no gramado” e em pleno campo de jogo.

O futebol está chato pacas! Sem emoção, com jogadores se vendendo para bolsas de apostas por cartões amarelos, escanteios e acham isso normal e sem problemas. Os calendários são ruins e nem mais os antigos “cartolas”, tão criticados no passado, fazem qualquer diferença hoje. Nem existem mais. São os empresários que mandam.

A CBF é um palco da pior espécie do espetáculo futebol, mas a FIFA também está assim e parece que temos que voltar no tempo para ver alguma coisa que preste, mesmo que sejam lances de “cortes” pequenininhos nas redes sociais etc.

A camisa vermelha da Seleção Brasileira, se emplacar, será mais um capítulo da vergonha que é a direção do futebol brasileiro pela CBF. Sem dúvida, uma ideia de algum imbecil, mas que gosta muito de $$ Mas, como já disse Nelson Rodrigues: Os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos”. Nesse caso, apesar de imbecis, creio que de idiotas, esses dirigentes do futebol brasileiro não têm nada. Portanto, não sejamos nós tais idiotas em torcer por uma Seleção Brasileira que não nos traz absolutamente nada, nem com as camisas amarela ou azul e, principalmente, se vingar, essa com uma camisa de cor vermelha.

Se o time da seleção de hoje – que nem tenho a menor ideia da escalação e dos nomes dos jogadores – que não estão nem aí para o que achamos, não merecem nossa torcida pelo tamanho do futebol que estão jogando, que dirá vestidos de vermelho! Já nos basta saber o nome dos 11 Ministros do STF. Seria melhor torcer para a antiga seleção da União Soviética que, pelo menos teve, Yashin e Dasayev como goleiros de verdade e que todo mundo sabia quem eram.

É isso!

Marcos Túlio, Advogado e Professor de Direito