O MELHOR ENTRE OS MELHORES DA PROPAGANDA BRASILEIRA.

Nunca tive a felicidade e o privilégio de trabalhar com ele. Mas, com ele, tive uma das maiores emoções da minha carreira de publicitário.

Se não consegui trabalhar com ele, tive o prazer inenarrável de trabalhar numa campanha competindo com ele.

Isso aconteceu quando a empresa americana Hicks Muse veio ao Brasil e se associou com o Corinthians, projetando o novo estádio do time.

Para isso, ela colocou a propaganda do novo estádio em concorrência, com a participação de grandes agências.

Uma delas, a WBrasil.

Nessa época eu trabalhava na Bates-Young Rubicam.

Trabalhamos durante alguns meses na concorrência. E, desculpe cumprade Washington, ganhamos a conta publicitária do lançamento do estádio do seu time.

O conceito da campanha era: “Vem aí, a casa própria do Corinthians.”

Criamos filmes, anúncios, jingles, spots de rádio, outdoors e até um stand na Avenida Brasil, como se fosse o vestiário do estádio, dando para o gramado.

No dia da apresentação da campanha para a diretoria do Corinthians e para os gringos da Hicks Muse, eu vesti a camisa do… Corinthians. Deu um pouco de urticária, mas fui em frente.

Aí, o sacana do departamento de RTVC da agência me fotografou, e disse que eu estava no bolso dele. E que se eu fizesse algo fora da linha, ele enviaria aquela foto para a Mancha Verde… hahahahahahahahah…

Nesse período tive o prazer conhecer e conviver com o presidente do Corinthians Alberto Dualib e a neta dele, Carla Dualib.

Houve um dia, em que fomos apresentar o stand de vendas para o presidente Dualib e sua neta.

Nesse dia vi o Dr Alberto chorar de emoção quando subiu a escada do vestiário e pisando num gramado produzindo dentro do stand.

Não sei como e nem por que, um belo dia recebo uma mensagem do Washington, me parabenizando pela conquista da conta e elogiando a campanha.

E termina a mensagem com a seguinte frase: “Parabéns, só um corintiano da gema poderia criar essa campanha. Pena que não fui eu!”.

Aí respondí que eu não era corintiano e sim… palmeirense.

Estupefato, ele responde: “Rapaz, como você conseguiu criar uma campanha com a cara do Corinthians, sendo um palmeirense?”

Eu respondi: “Eu fechei os olhos e trabalhei como se o estádio fosse do Palmeiras!”

E ele, responde: “Rapaz, como eu não pensei nisso na concorrência?”.

Esse era o Washington Olivetto, o maior de todos os maiores da propaganda brasileira de todos os tempos.

 

(Nota: o estádio do Corinthians não saiu do papel porque a Hicks Muse entrou em desacordo com o Corinthians. O Corinthians queria que fosse apenas estádio para jogos, enquanto a Hicks queria que também fosse uma arena multiuso para futebol, shows e eventos. E, por isso, minha campanha não foi pro ar. Ou melhor, foi pelos ares… rs… Mas o meu ego foi inflado para sempre… rs…)

 

 

 

 

Wanderley Dóro

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