Algumas vezes nos acontecem situações em que começamos a tirar os pés do chão e depositamos nossos corações nas alturas dos céus, espiritualizamos. A jornada é transformadora!
Semana passada, indo de ônibus entre Dublin a Belfast via a estrada envolvida com grande nevoeiro. Era dia. Lentamente fui buscando serenidade, elevando meus pensamentos, procurando deixar “meu coração nas alturas dos céus”. Comecei a orar.
Algo difícil de explicar. Estava em dois planos. Minha alma foi para um desdobramento, mesmo eu estando acordado.
Ao mesmo tempo que tinha noção da estrada, do que era próprio do mundo dos homens, essas imagens começaram dar lugar a outras, mais sutis. Abriu-se, se posso dizer assim, um portal. Estava eu em uma atmosfera etérea. Nesse quadro e compasso do além-tempo vi poucas pessoas orando, ajoelhadas. Uma enorme, descomunal cachoeira à frente vinha dos mais altos dos céus que me foi dado perceber. Caia em imensa beleza uma massa suave. Não era água. Era luz.
Levei minha atenção para aquelas pessoas orando em silêncio.
Percebi que o chão se movimentava, levando essas pessoas em direção à luz que vertia grandiosidade. Era como se fosse uma grande esteira rolante em forma de virgem solo. Senti que estavam em uma grande prova. Significativa e íntima decisão de cada um a passar por delicado crivo.
Uma vibração intuiu-me a mensagem que aquelas pessoas somente conseguiriam transpor, adentrarem à massa de luz se deixassem para traz todo e qualquer litígio, toda e qualquer contrariedade e descortesia com quem quer que seja ou o motivo. Energias contrárias ao amor não se misturam, muito menos naquelas paragens da elevação dos mundos e dos filhos de Deus. Por isso, ainda, as poucas pessoas por ali.
Obviamente estava eu como observador, receber o recado que eu necessito saber, apreender.