Eu comecei a prestar atenção e logo depois participar da política, logo nos meus 18 anos. Nessa época estava no terceiro ano de psicologia e era inevitável dividir indivíduos em grupos e qualifica-los de acordo com preferencias e características política. Eu não precisava ir longe, mentalmente fazia isso a partir de minha própria casa, com relação a amigos de meus pais. A maior parte hilários. Muitos desses amigos de família eram políticos, ou ocupavam cargos de destaque no mundo acadêmico e jurídico, principalmente.
Depois passei a analisar e qualificar relacionamentos pessoais, na faculdade, clubes, baladas, enfim, era inevitável. Faltavam alguns termos, entre eles, o “pobre de direita”, que eu ainda não tinha qualificado, ou tinha, mas com outro nome.
O pobre de direita não é qualificação econômica. Não depende do nível educacional do indivíduo, mas do nível cultural. Ele pode ser um burguês, classe média, com pós graduação. Não imposta.
O pobre de direita se subdivide em vários grupos, uma das características básicas é a cafonice. Ele é sobretudo cafona. Nas roupas, nas observações, no carro como símbolo de status, nas atividades e gostos.
Assim a direita se divide em 4 tipos característicos:
- O Pobre de direita, muito pobre. Por questões financeiras não teve escolaridade e nem predisposição a um nível cultural, sequer mediano. Repete o patão, se considera um trabalhador, sabe que é mal remunerado, não tem consciência e é religioso, no nosso caso, cristão. Considera a situação em que vive como vontade divina, fala em bíblia e não entende suas passagens básicas, como vendilhões do templo, divisão de pão e igualdade. Adora fofoca, nunca foi ao teatro, nunca leu um livro, não entende um bom filme e ouve no máximo, sertanejo ou pagode, cujas letras falem de assuntos que domina, bebida, corno, tristeza, etc. Esse faz parte do grupo onde hoje, 50% é bolsonarista, já foi entusiasta de Collor, mais antigamente Maluf, ACM e morre de medo do comunismo, embora não tenham ideia do que se trata.
- O pobre de direita cafona. Esse é o que chamam de classe média. Ganhos entre 7 a 15 mil reais por ano. Ocasionalmente viajam, em excursões, para locais chatos e indicados por amigos que consideram ricos. As mulheres desse grupo se acham chiques, compram roupas em magazines, roupas geralmente exageradas e inadequadas, usam maquiagem ridículas, e perfumes florais, desde que de marcas consideradas chiques. Os homens não são diferentes, estudaram, mas nunca aprenderam, fizeram faculdades públicas, mas são prela privatização, se puderem entram na fila de benefícios sociais, mas em segredo, são contra impostos, sonegam o que puderem, mas votam sempre em privatas, que sempre metem a mão em seu bolso, seja na privatização de transportes públicos, indústria de multas, zona azul, parques, tec. Se auto proclamam vencedores. Se consideram inteligentes. Se dizem democratas, mas só quando interessa. Só não tem amantes quando são muito feios e chatos, ou pão duros, mas são defensores da família. Quando podem contratam uma empregada, mas fazem questão de dizer, que ela é como se fosse da família. Mas não comem na mesma mesa. Normalmente, se ela for ajeitadinha, é estuprada, mas a família encobre. Durante minha vida, vi muitos casos assim, sempre de famílias quase tradicionais, de gente de bem. As mulheres são barraqueiras e os maridos covardes.
- O Pobre de direita classe alta. Esse é prepotente, arrogante e igualmente ignorante, mas disfarça bem. As vezes vai ao teatro, de preferencia comedia, possuem livros que compram por metro, para decorar a biblioteca, é chique, antes compravam um piano como decoração. As mulheres procuram roupas que celebridades usam, os maridos se vestem como elas mandam. A camisa está sempre pode dentro da calça, que via de regra, está na altura do umbigo. Gostam de carro da Honda e Toyota, atualmente também o Jeep. Quando você ver um pode ter certeza que no volante está um “conservador”. Nos anos 1970 eram simpatizantes do Chevrolet Opala, nos anos 1980, trocaram pelo Monza, e com orgulho falavam do ágio para a compra. Adoram condomínios, verticais ou horizontais. São fregueses do Roberto Carlos. Aceitam Fabio Junior. Já viajaram de excursão chique, postam fotos de comidas caras e também são defensores da família, não falam nada sobre o parente gay, nem sobre a parenta puta, que chamam de moderninha. Sonegam o que podem. São contra qualquer programa social, pois com bolsa família o trabalhador tem que ganhar mais, trabalhador que para eles são vagabundos. Alguns possuem piscina em casa, mas na hora de discutir o preço do limpador de piscina, xingam o Lula. `Nós que é da alta sociedade, temos que votar contra esses comunistas´. É, o comunista também assombra essa gente. Talvez porque, quando Tchê Guevara esteve no Brasil, andou comendo muita casada classe média alta. Sonham com a Disneylândia.
- O rico- Esse é o único elemento da verdadeira direita. Os outros que se dizem direita são apenas capachos. São cerca de 10 mil no Brasil. Não estão nas redes sociais, não costumam mostrar o que possuem, já foram algumas vezes para a praia de Varadero, conhecem a Europa e China. Querem que a religião se foda, junto com os religiosos. São os mantenedores da imprensa corrupta, dos políticos corruptos, dos pastores e tudo o que for necessário para mante a cafonalha na ignorância, mantendo o consumo de porcarias e a ignorância.
- A esquerda festiva. Elitista. Grita muito, fala de trabalhador, mas não vai onde tem pobre, não discute com pobre. Usa Karl Marx no sovaco, como pobre de direita, classe baixa, usa a Bíblia. Geralmente é estudante, mas pode ser desocupado. Quando se ajeita na vida esquece tudo o que falou.
- Artistas e intelectuais.
- Esquerda revolucionária
- O alienado. Ele não fala em política, acha que é tudo a mesma coisa. Está preocupado em cobrar aluguel dos imóveis que colecionou durante a vida, ou herdou. É uma toupeira. Sem papo, sem graça, sem vergonha da própria ignorância.
Eu nasci e vivi a maior parte de minha vida na cidade de Bragança Paulista, com cerca de 170 mil habitantes, acho, onde só existem 3 ricos, nenhum nascido lá. Mas um só residente e outros 2 com propriedades de fim de semana. Por acaso tenho amizade com os 3. Um odeia a Dilma, pois ele o fez pagar 50 anos de impostos atrasados. Outro é de esquerda, considera sua riqueza como fruto do trabalho e sorte, trata bem seus funcionários e os paga bem acima da média. Sabe que sem eles, ele não chegaria onde chegou. Acredita que o capitalismo está no fim. Tem alto nível cultural, patrocina eventos e é contra assistencialismo privado. E o terceiro, oportunista, bom de papo, agradável, acredita que pode ficar pobre, então se tornou um miserável, escravo de anos de usurpação e exploração de pobres. Seu mérito foi a impunidade na corrupção na época da ditadura e a partir de então só cresceu.
O que une todas essas raridades intelectuais, exceto os do item 6 e 7, é um profundo ódio por Lula. Lula é o cara que saiu do sertão para ser presidente. Se tornou presidente e continuou a se importar com os mais pobres, negros, índios, enfim, a maioria do povo, chamado de minorias. O esperado era que esquecesse os pobres e se voltasse a classe média.
Os argumentos são amplos, Lula “é ladrão”. Num processo de milhares de páginas, feito por um juiz encomendado e um promotor psicopata, não há uma única prova de roubo de Lula. Essa gente não gosta de Lula desde os anos 1970 e suas crias repetem os mesmos mantras. Essa gente não se importa com ladrões, desde que se beneficiem de alguma forma. Eles votaram no Maluf, no Collor, no Bolsonaro e elegem Tarcísio como salvador. E Tarcísio é realmente a imagem dessa gente. Não importa se ele esteve no Haiti, se participou de mortes e estupros, ou pelo menos se calou, não importa se apoiou uma tentativa de golpe, grande coisa! Não importa se vai encher o interior e litoral de radares, melhor ainda, acreditam que ficarão longe dos pobres. Não importa se sua polícia bate em pobres e pretos, e daí? Existe uma certeza, a mão de obras será mais barata, a empregada doméstica, voltara a ser escrava, mas tratada como se fosse da família! Não haverá aumentos salariais acima da inflação, não existirão programas sociais, a proletarização não acontecerá. Afinal, sequer percebem que Lula também é liberal, mas seu discurso e luta por melhorar a vida de grande parte da população é altamente ofensivo para aquele, que principalmente veio do nada e se tornou dono de um pequeno negócio, ou o que estudou em colégio particular e tem como obrigação seguir o legado pequeno burguês. Essa gente, que tem o pinguim na geladeira, ou a TV de 50 polegadas, comprada a prestação se vê com méritos.
Sendo religiosos, pequenos burgueses, pequenos sonegadores, profissionais liberais, ou alto funcionários de uma empresa qualquer, são esquizofrênicos, paranoicos, complexados, que se julgam importantes. Quem estudou e entendeu minimamente a história, pensa diferentes, mas esses ignorantes, que já gastaram ou vão gastar suas vidas na ilusão, continuarão sendo idiotas por opção. Eles não estão nem aí para a miséria, pois dependem dela até para lavar suas cuecas freadas e calcinhas rasgadas. Dependem dos pobres, assim como os ricos dependem da ignorância da classe média.


