2025 foi o ano que condecorou a segunda mulher latino-americana na história a receber o Prêmio Nobel! A primeira foi a chilena Gabriela Mistral que, em 1945, foi premiada na categoria “Literatura”. E, agora, há exatos 80 anos depois, a escolhida foi a venezuelana María Corina Machado que recebeu o “Nobel da Paz” com a seguinte fundamentação: “”por seu incansável trabalho de promoção dos direitos democráticos para o povo da Venezuela e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia, anunciou o presidente do Comitê Nobel, Jørgen Watne Frydnes (O Globo; 10 out 25).
Sem dúvida, uma façanha diante do contexto de Corina porque ela vem lutando há mais de 25 anos contra o “chavismo” e a ditadura que foi por Hugo Chaves implantada e, hoje, está nas mãos de Nicolás Maduro. E, como todo ditador, Maduro é populista, demagogo, opressor – de todos os jeitos – injusto, torturador, assassino, além das duas mais acentuadas características de um déspota: covarde e hipócrita. De quebra, os Estados Unidos de Donald Trump o acusam de ser um narcotraficante e que estão às portas de uma guerra para prendê-lo e servir de exemplo aos demais ditadores da América Latina. Isso para desespero aos coleguinhas do Foro de São Paulo!
Apesar disso tudo, a esquerda brasileira não está dando a menor bola para Corina Machado! Os veículos de comunicação mais tendenciosos à esquerda deram a notícia de que Corina era o mais novo Nobel da Paz sem qualquer entusiasmo, nenhuma vibração, mesmo sendo ela uma mulher que, por conta da luta de todos os valores de liberdade do ser humano e com o fim de implantar uma democracia na Venezuela, enfrenta Maduro mesmo correndo o risco de ser presa, torturada, deportada e até morta!
Até o momento, o Presidente Lula (PT) e o Itamaraty não se pronunciaram a respeito (O Globo; 13 out 25). E nem é de se admirar sobre este silêncio visto que Maduro sempre foi o “queridinho” de Lula (PT), a ponto de defendê-lo para entrar nos Brics, além de ter dito que “na Venezuela tem mais eleições do que no Brasil” e, por esta razão, “o conceito de democracia é relativo”, em entrevista à Radio Gaúcha, reproduzida pelo Estadão em 22 set 23. “Democracia relativa” só na cabeça de que é fã de Lula (PT) e tem bastante por aí!
Foi Lula (PT) mesmo que, como Presidente, recebeu Maduro estendendo-lhe “tapete vermelho” de chefe de Estado e que, de quebra, na cobertura de sua vinda ao Brasil, um de seus seguranças “enfiou a mão por dentro do aparelho auditivo” de Delis Ortiz, uma mulher brasileira, negra, jornalista e que estava trabalhando. Mas, o fato passou como se nada tivesse ocorrido! Uma conveniência inominada!
O fato é que Corina é “de direita” e isso explica muita coisa, senão, todas! Com as chamadas “eleições democráticas na Venezuela”, Corina foi impedida (por evidente fraude do sistema) de concorrer às eleições à Presidência, coisa que se ocorresse derrotaria Maduro com tremenda facilidade. Mas, “o democrata” Maduro “deu seu jeitinho” despertando adeptos e simpatizantes a sua forma democrática de agir em brasileiros também “muito democratas”.
O fato é que existe, na América Latina, um movimento de retorno da direita ao poder nos países que hoje estão sendo dirigidos pela esquerda. E isso é demasiadamente intolerável para muitos, sendo capazes até de defender o narcotraficante, abjeto e biltre Maduro a ver uma mulher de direita vencer o Prêmio Nobel da Paz! É simplesmente insuportável. Mas, não é uma exclusividade nacional “os espíritos de porco”! Nãããããão! O “grande astro do rock” Roger Waters (pra mim ele não representa coisa alguma) criticou o prêmio Nobel da Paz (Terra; 13 out 25), tentando contagiar seus fãs e que pagarão uma fortuna para ver um show dele. Não passa de mais um cretino financiado com o dinheiro ($) de um monte de bobos, isso quando não entra dinheiro ($) público!
O Nobel dado à Corina foi um tipo de blindagem concedido a ela porque os olhos do mundo estão mais sobre ela hoje do que nunca antes! Se ela pegar uma gripe que seja, certamente Maduro terá de dar explicações pra ninguém mais nem menos do que o mundo. E, como sentinela está Donald Trump que está às portas da fronteira marítima e aérea da Venezuela esperando o momento oportuno para tirar a fórceps esse cretino responsável por milhares de mortes, prisões, torturas, desaparecimentos e por toda a sorte de desgraça de seu povo.
Mas, se a esquerda brasileira não está nem aí para a mulher latino-americana, corajosa, valente e que luta por democracia, liberdades e direitos humanos como Corina Machado, somente para exercício de nosso raciocínio vale perguntar: e se o Nobel da Paz fosse para Donald Trump? Já pensou nisso? Não? Pois, é! Sinto informar a você que é muito possível que isso ocorra no ano que vem, tendo em vista o fim da guerra entre Israel e Hamas e a possibilidade do fim da guerra entre Rússia e Ucrânia. Ambas por influência e mediação direta de Trump. Isso não será nenhuma surpresa se caso ocorrer por estas razões.
Se isso acontecer eu tenho certeza absoluta que todos os veículos de comunicação com tendência ideológica à esquerda se debruçarão durante um tempo incrível, gastando todas as energias possíveis – fato que se recusam a fazer com Corina Machado nos dias de hoje – pra dizer que é a maior injustiça da história do prêmio porque Trump é isso, aquilo, ou seja, a mistura do diabo com o diabo!
Trocando em miúdos: estamos vivendo tempos em que biltres e cretinos destorcem valores fundamentais, claros e evidentes por pura conveniência particular e ideológica a ponto de preferirem tolerar a manutenção no poder de um dos maiores patifes da história a valorizar a gigantesca importância de Corina Machado para direitos humanos e a democracia, não somente à Venezuela, mas para o mundo!
O planeta está cheio de imbecis do tipo descrito acima! Não seja você um deles.
É isso!
Marcos Túlio, Advogado e Professor de Direito
