Você chega na farmácia, pede um remédio que precisa e, antes mesmo de buscar a medicação já escuta: “CPF por favor!” Sem saber muito bem porque você passa o número do seu CPF achando que terá algum benefício com isso.. Mas será que isso é um bom negócio? Você já parou para pensar o que acontece com seu dado pessoal depois?
O Ministério Público Federal (MPF) abriu uma investigação para descobrir se algumas redes de farmácias estão usando os dados dos clientes de forma indevida. Segundo reportagens, os CPFs coletados podem estar sendo usados para montar um histórico de compras dos últimos 15 anos. Pior ainda: existe a suspeita de que essas informações estejam sendo compartilhadas ou vendidas para outras empresas, sem que os consumidores saibam disso.
O problema é que, ao revelar o que você compra, esse histórico pode mostrar muito sobre sua saúde e sua vida privada. Imagine receber anúncios de medicamentos que você nem contou a ninguém que usa! Isso pode ser mais do que inconveniente – pode ser um grande desrespeito à sua privacidade. Além disso, há um risco ainda maior: essas informações podem ser usadas para definir seu perfil de consumidor e até influenciar preços e condições oferecidas a você.
Diante dessa situação, o MPF acionou a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), órgão responsável por fiscalizar o uso correto das informações pessoais no Brasil. A ANPD já estava analisando o caso e agora precisa esclarecer quais providências foram tomadas para proteger os consumidores. A investigação também envolve o Conselho Federal de Farmácia (CFF) e o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), que foram acionados para verificar quais medidas estão sendo adotadas.
O compartilhamento de informações de saúde sem o consentimento expresso do consumidor pode ser ilegal e trazer consequências graves. Afinal, os dados de compras de medicamentos podem revelar doenças crônicas, condições de saúde específicas e até mesmo hábitos pessoais. Se essas informações caírem nas mãos erradas, podem ser usadas para discriminação em planos de saúde, ofertas de crédito e até em processos seletivos para empregos.
O que você pode fazer para se proteger?
Pergunte antes de fornecer seu CPF – A farmácia é obrigada a explicar por que está pedindo esse dado e o que vai fazer com ele.
Desconfie se pedirem seu CPF sem necessidade – Algumas farmácias podem oferecer o desconto de outra forma, sem precisar do seu dado pessoal.
Denuncie se desconfiar de mau uso – Se suspeitar que seus dados estão sendo usados sem seu consentimento, você pode registrar uma reclamação na ANPD ou no Procon.
Peça para apagar seus dados – Caso tenha fornecido seu CPF e não queira mais que ele fique armazenado, você pode solicitar a exclusão das informações.
Acompanhe notícias sobre privacidade – Fique atento às investigações e às medidas que estão sendo tomadas para proteger os consumidores.
O que aparenta ser um simples desconto pode ter um preço alto: a sua privacidade. Fique atento e proteja seus dados!
E você? Já passou por isso? Não deixe de ler nossos próximos artigos sobre LGPD e Proteção de Dados de um jeito fácil!